Chiara Luce Badano morreu aos 18 anos, vítima de um câncer devastador. Mas a história de vida dela pode nos ensinar a sobreviver às crises – não apenas às grandes catástrofes, mas também às dificuldades e provações do dia a dia
Aos 17 anos, a Beata Chiara Luce Badano foi diagnosticada com câncer ósseo. No entanto, a menina não desistiu de lutar pela vida. Pelo contrário, com uma alegria surpreendente, costumava consolar quem a visitava. E quando ela morreu, em 7 de outubro de 1990, aos 18 anos, ela encarou a morte como um casamento com Jesus. Suas últimas palavras foram para a mãe: “Mãe, seja feliz porque eu sou. Tchau!”
Mas como ela lidou com as dificuldades da vida e a morte? Aqui estão três lições espirituais de Chiara Luce Badano para te ajudar a superar as provações da vida:
1 PREPARE-SE PARA AS CRISES
As “crises” assumem várias formas: problemas de saúde, perda do emprego, relações difíceis com os outros, feridas e as emoções que delas decorrem… Cada provação revela os pontos vulneráveis de quem a atravessa. A vida de Chiara mostra que é muito importante se preparar para passar por uma “crise”.
Envolvida no movimento Focolares desde a infância, ela aprendeu o Evangelho como se aprende o alfabeto. Fascinada pelo ideal da união completa com Jesus, ela deu início à maior aventura de sua vida, aos 9 anos de idade.
A presença de Jesus rapidamente se tornou natural para ela. Um dia, quando sua mãe estava preocupada em deixá-la sozinha, ela respondeu: “Mas eu não estou sozinha, Jesus está aqui”. Assim, com seus amigos do movimento, ela tentou viver para Cristo. Foi fundamental para Chiara fazer esta experiência da presença de Deus, juntamente com as amigas dos Focolares. Segundo ela, a melhor maneira de enfrentar uma provação é ter seu grupo, sua comunidade ou simplesmente pessoas próximas com quem possamos viver o Evangelho e descobrir Jesus crucificado juntos. Esta é a primeira lição espiritual que Chiara aprendeu.
2 ACEITE O SOFRIMENTO
Depois que Chiara sentiu uma forte dor no ombro durante uma aula de tênis, sua vida mudou drasticamente. A maratona de consultas médicas, exames e internações nunca parou. O diagnóstico finalmente veio: Chiara sofria de câncer ósseo. “Quando ela finalmente voltou do hospital, ela parecia estar em outro lugar”, disse sua mãe na época. Quando questionada sobre quais eram as notícias, a jovem respondeu “agora não, não diga nada agora”. Então, ela desabou na cama, com os olhos fechados. Durou 25 minutos. Depois ela se virou para a mãe, sorrindo: “Agora você pode falar”.
Chiara precisava deste tempo de luta interior durante o qual disse definitivamente “sim” a Jesus. Esses “25 minutos” foram uma virada em sua vida. Uma descoberta interna ocorreu nela; sua dor a conduziu ao abraço do Amor. Aceitar o sofrimento não é fácil para ninguém. Em algum momento, a dor se torna insuportável. Mas é precisamente neste momento que o Evangelho ajuda muito. São tempos em que nada mais pode ajudar. A doença de Chiara não tem sentido, é ilógica e causa uma dor terrível. Não tem jeito. A questão é se alguém pode carregar a cruz. Chiara mostra que, quando estamos com dor, leva tempo – minutos, dias, semanas, até meses – para entregar totalmente a dor a Jesus e dizer “sim” a ele.
3 RECEBA A FORÇA DO RELACIONAMENTO COM JESUS
Aos 12 anos, Chiara escreveu esta frase em seu caderno: “A realidade mais importante deste congresso [do movimento dos Focolares] foi para mim a descoberta de Jesus Abandonado. Anteriormente, eu tinha vivido de uma forma um tanto superficial e aceitei encontrar a alegria novamente. Mas eu entendi que estava tudo errado. Não devo instrumentalizar, mas amar e pronto ”. Esta é precisamente a terceira lição de Chiara: o amor abnegado a Jesus Abandonado.
Durante a Paixão, Jesus experimentou o maior abandono e, ao mesmo tempo, o maior amor. A relação com o Jesus Abandonado introduz o homem no mistério do amor mais íntimo e profundo de Deus. Descobrir esse amor e vivê-lo todos os dias dão força para as lutas da vida.
Chiara Luce Badano soube dar sentido a cada momento de sua vida, inclusive abraçando a morte como momento nupcial. Ela quis ser enterrada com um vestido de noiva branco, seu funeral reuniu dezenas de pessoas. A entrega total de sua vida estava enraizada precisamente em seu relacionamento com Jesus Abandonado. Cada momento e cada acontecimento eram para ela a ocasião de um relacionamento íntimo com o Jesus Abandonado. Nada poderia separá-la do amor de Cristo. Ele era seu único esposo.