Depois de termos celebrado, na última sexta-feira, dia 23 de fevereiro, um dia de jejum e oração na intenção dada pelo Papa em favor da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul, estamos celebrando o segundo domingo da quaresma. Para nós que colocamos também a intenção pela Paz em nosso país, estado e município rezamos para que em Cristo tudo se transfigure e, mesmo com as dores do momento presente, vislumbremos a alegria da Ressureição prefigurada na Transfiguração.
O Evangelho deste domingo nos mostra o episódio da Transfiguração do Senhor. Em nossa caminhada para a Páscoa somos também convidados a subir com Jesus a montanha e, na companhia dos três discípulos, viver a alegria da comunhão com Ele. As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar. No meio dos conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da Ressurreição e do alto daquele monte Ele continua a nos anunciar: “Este é o Meu Filho Amado, escutai-O”.
A primeira leitura, (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18), na qual Deus pede a Abraão tudo quanto ele tinha: “teu filho único, Isaac, a quem tanto amas”. Isaac era o cumprimento da promessa para Abraão: ele tinha deixado Ur na Caldéia, esperado mais de trinta anos, suportado todas as provas… E, agora, já idoso, sem nenhuma possibilidade de ter mais filhos, agora que o menino já está sendo o sinal da promessa cumprida, e Abraão pensava poder descansar, Deus o pede a Abraão. Eis o momento da fé de Abraão e ele foi em frente até o momento de aparecer o Cordeiro. Na segunda leitura virá uma resposta impressionante com relação ao filho único.
A segunda leitura (Rm 8,31b-34), diz São Paulo, Deus “não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós!” Eis o grande mistério: Deus, no seu amor por nós – primeiro pelo povo de Israel, descendência de Abraão, e, depois, por toda a humanidade, com a qual ele deseja formar o novo povo, que é a Igreja – Deus, no seu amor por nós, entregou à morte o seu Filho único, o Amado, o Justo e Santo, aquele no qual ele coloca todo o seu bem-querer.
O Evangelho deste domingo (Mc 9,2-10) narrado por São Marcos, o próprio Jesus, ao descer da montanha, “ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos”. Sobre o Monte Tabor, com o Transfigurado envolto em glória, paira a sombra da paixão, da morte do Filho amado e único, que o Deus de Abraão entregará por nós até o fim.
A glória de Jesus no Tabor, antegozo da sua ressurreição, anima-nos e alenta-nos neste caminho quaresmal. Ao falar da oração, da penitência, da esmola, e nos exortar ao combate aos vícios e à leitura espiritual, a Igreja, fazendo-nos contemplar o Transfigurado, revela-nos qual o objetivo da batalha da Quaresma: encontrar o Cristo cheio de glória e, com ele, sermos glorificados. Contemplemos o Tabor e entenderemos o que o Senhor preparou para nós! Pensai no Tabor, e a penitência terá um sentido, as mortificações deste tempo serão feitas com alegria! Diante dos apóstolos, Jesus transfigurou-se: “Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar”. A Transfiguração é uma profecia, uma antecipação da glória da Páscoa; e a Páscoa de Cristo é a garantia da nossa glorificação. Porque Cristo morreu e ressuscitou, nós também, mortos com ele, seremos daquela multidão vestida de branco, de que fala o Apocalipse! (Ap 7,9) As observâncias da santa Quaresma não são um peso, mas um belo caminho, um belo instrumento para conduzir-nos à Páscoa do Senhor!
A transfiguração de Jesus é uma catequese que revela aos discípulos e a nós Quem é Jesus: O Filho Amado de Deus! Em nossa caminhada para a Páscoa somos também convidados a subir com Jesus a montanha e, na companhia dos três discípulos, viver a alegria da comunhão com Ele. As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar. No meio dos conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da Ressurreição e do alto daquele monte Ele continua a nos gritar: “Este é o Meu Filho Amado, escutai-O”. Não desanimemos diante das dificuldades! Os Planos de Deus não conduzem ao fracasso, mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim! Estar com Cristo é o que o nosso coração almeja: é bom estarmos aqui!, porém, Ele continua presente em nossa vida e nossa história, nós o iremos encontrar no dia a dia, no monte Tabor do cotidiano que nos faz ver tudo transformado, transfigurado.
Nós devemos encontrar Jesus na nossa vida corrente, no meio do trabalho, na rua, nos que nos rodeiam, na oração, quando nos perdoa no Sacramento da Penitência (Confissão), e sobretudo na Sagrada Escritura, onde se encontra verdadeira, real e substancialmente presente. Devemos aprender a descobri-Lo nas coisas ordinárias, correntes, fugindo da tentação de desejar o extraordinário. Não podemos, porém, ficar no Monte… de braços cruzados… O seguidor de Cristo deve descer do monte para enfrentar o mundo e os problemas dos homens! Somos convidados a ser Missionários da Transfiguração!