4º Domingo do Advento. Vamos com Maria ao Natal de Jesus.

    Quem são os grandes personagens do Advento? João Batista, Maria, José, bem como, Isabel. João Batista pregou a conversão outrora, e a Igreja, a repete, em sua mensagem, todos os anos. É preciso mudar de vida. A exemplo de Maria, meditemos a palavra de Deus, servindo à causa do Reino. Ela, no texto, é saudada e reconhecida feliz, bem como, a mãe do “meu Senhor”. Os cristãos admitem a divindade de Cristo, logo, Sua Mãe é a Mãe do “meu Senhor”, Mãe de Cristo, ou seja, Mãe de Deus. Nela, Maria, serão cumpridas as promessas feitas no passado Cf(Lc1,39-45) e (Miq5,1-4).

    Qual é o conteúdo da conversão, que se exige? Amor, obediência e a oblação de si mesmo, ao Senhor, para a instauração do Reino de Deus. Jesus realizou perfeitamente tudo isso. Pode afirmar: sacrifícios e oblações Tu, ó Deus, não quiseste, mas me formaste um corpo, para fazer a vontade do Senhor, a todos salvando (Hb10.5-10). Jesus tem consciência disso. Sabia que estava escrito Dele, no Livro: devia fazer a vontade do Senhor. Jesus aboliu o antigo regime, Cf(Hb10,8-10) e instaurou a nova economia da salvação. A religião cristã, vincula o crente a Cristo, aos irmãos, servindo-os, e à oblação de si mesmos, para mudar a realidade existente.

    O que o Advento quer de mim, de nós? Repito: conversão, amor e fidelidade. Sem conversão a Deus, não há salvação Cf(Mc1,15). A vivência da religião cristã é coisa séria. Exige interioridade e não apenas, a realização de prescrições, sacrifícios, ou doações ao templo… por isso, é necessário que voltemos, definitivamente, ao Senhor, de todo o coração, e com todas as forças e ao próximo, com toda solicitude. Cuidemos de nós mesmos e até da natureza, que nos circunda, porque ela é obra de Deus. O cristianismo, tem uma visão holística da vida, por isso, lhe cabe lutar pela harmonia, entre toda a criação. Deus não terceirizou, o domínio de sua obra, a ninguém.

    Repito então: o que o Advento requer de mim, de nós? Já, o disse: conversão a Deus ao próximo e a descoberta, do que significa ser filho de Deus, em Cristo, com Cristo e como Cristo, ou seja, como Seus discípulos. Ir para o culto ou à Missa não é tão difícil. Pertencer à uma sigla religiosa, também, não. O problema (a solução…) é ser autêntico. Gandi afirmou: “eu amo o cristianismo, mas não os cristãos, porque dizem e não fazem”. Tinha razão? Parcialmente, sem dúvida. Sem contestação. Honestamente, não somos o que deveríamos ser. Afirma o livro do Gênesis (Gn1,10.13.25.31): Deus viu que tudo era muito bom (Belo!!!). Sem dúvida. Mas das nossas, confusões, incoerências e corrupção, sinceramente, não pode afirmar o mesmo. É preciso melhorar. Basta olhar para o mundo, de hoje. Há fome, injustiças, desunião demais e falta de sentido da vida.

    Quando, os pós-Kantianos não mais se entendiam, chegaram à conclusão: “Zúrück Zu kant”. Voltemos a Kant. Eu, no entanto, confesso que é preciso voltar a Cristo, ao discipulado, passando por uma verdadeira iniciação. Batizar é fácil, arrumar presépios, também, mas a vivência autêntica do evangelho, nunca foi fácil. No caminho, de todos nós, há muitos Herodes falsos, a ser evitados, novos Pilatos, mais refinados, do que, o de outrora. Falam da verdade (filosoficamente…) são, no entanto, falsos, existencialmente: novas raposas. Deles, falou o Messias “ai de vós escribas e fariseus hipócritas” (Mt23,15) … Quem vos ensinou a escapar da ira, da justiça de Deus? Voltemos então a Cristo. Todos. Ao menos, os que são cristãos. Os outros, pensem e concluam. Mas, todos devemos converter-nos. Então Feliz Natal.

     

    Carmo João Rhoden, SCJ

    Bispo Emérito de Taubaté-SP

    Presidente da Pró Saúde.

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