Jesus doa a sua vida por amor supremo por nós!

    A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.

    Com o Domingo de Ramos abre-se a Semana Santa. Nesta liturgia percebemos algo da alegria que será plena no Domingo da Páscoa – a festividade do povo expressa na procissão de Ramos, os gritos de “Hosana”, a aclamação de Jesus como rei. Também percebemos algo da dor da Sexta-Feira Santa – o longo relato da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo com o abandono de Jesus por parte de todos até a sua morte. Com isto, a celebração do Domingo de Ramos indica uma realidade muito atual em nossas vidas: todos nós nos sentimos empolgados num primeiro momento com o seguimento de Cristo. Todos nós colocamos os mantos de nossas vidas no caminho por onde Jesus vai passar. Aclamamo-lo como nosso Rei e Senhor, cantamos-lhe “Hosanas” e assim por diante. Mas para nos tornarmos discípulos precisamos “encarnar” todo este fervor.

    A primeira leitura (Cf. Is 50,4-7) apresenta-nos um profeta anônimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.

    A segunda leitura (Cf. Fl 2,6-11) apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

    O Evangelho (Cf. Lc 22,14-23,56) convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz revela-se o amor de Deus, esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

    É difícil fazer calar uma multidão. Na descida do monte das Oliveiras, a multidão de Jerusalém aclama Jesus: “Bendito o que vem, o nosso rei, em nome do Senhor!” Mas uma multidão pode ser manipulada e acabar por dizer o contrário. Assim, alguns dias mais tarde, ela gritará: “Morte a este homem! Crucifica-o!” Jesus não quer calar a multidão que O aclama, porque, se eles se calam, as pedras falarão! Será um malfeitor, crucificado junto d’Ele, que O reconhecerá como rei: “Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza”. Será um centurião, um pagão do exército romano, a fazer um ato de fé: “Realmente este homem era justo!” As pedras não terão necessidade de gritar, porque estes dois homens recusaram calar-se: já o Espírito os animava e fazia-lhes dizer a verdade. Quanto a Jesus, é por ter dito a verdade que é levado à morte. De facto, a verdade desarranja. O trono que espera este rei é a cruz e a sua coroa será de espinhos: na fraqueza manifestar-se-á o poder de Deus, o poder do Amor!

    Somos convidados a um gesto concreto hoje para com a Campanha da Fraternidade que refletimos sobre a Fraternidade e Políticas Públicas. Hoje vamos levar a nossa Coleta a Campanha da Fraternidade. É o fruto de nosso jejum e da nossa abstinência quaresmal em favor das comunidades mais carentes que serão atendidas pela CNBB.

    Ao iniciar a Semana Santa teremos presente a necessidade do mandamento da Igreja para que possamos fazer a confissão auricular pela Páscoa do Senhor: não deixe para a última hora e procure a sua paróquia para uma boa e autêntica confissão!

    Entremos no sentido da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo com a oração da Coleta da Missa de hoje, com o exemplo de humildade que Jesus viveu o domingo de Ramos. Que possamos aprender com o Redentor esta humildade que nos dá forças para passarmos pela Paixão, Morte e que nos prepara para a glória de Cristo: a Páscoa, a sua Ressurreição, que é antecipação da nossa Ressurreição!

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