2º Domingo do Advento

“Cumpriu-se o tempo, e o Reinado de Deus aproximou-se: convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc1,15).

O primeiro Advento, já, aconteceu, há dois mil anos: Jesus se encarnou e veio habitar entre nós. Os homens durante a história, distanciaram-se de Deus: Este, no entanto, procurou aproximar-se. Gosta de seu povo: ama-O. Protege-O, agindo como Pai, em relação aos filhos, como pastor em relação ao rebanho, como profeta, revelando a verdade e censurando os faltosos membros do povo de ambas as alianças, sem deixar de amá-los.

Na segunda leitura, Paulo se volta, carinhosamente aos filipenses: reza por eles, louva-os, porque participaram de sua missão evangelizadora, acolhendo sua palavra. Tornaram-se mais comunidade. Cresceram no amor a Deus e na solidariedade aos mais necessitados. Anima-os, a não pararem, e a crescerem na santidade. Paulo demonstra sua ternura aos filipenses, porque se converteram para Cristo e se mostraram mais solidários, com os irmãos e irmãs.

Lucas é histórica e cronologicamente, mas preciso que Mateus e Marcos. Localiza e situa melhor no tempo e espaço, o precursor de Jesus Cristo: João Batista e o próprio Messias. Este, deve ter começado, suas atividades evangelizadoras, nos anos XXVIII-XXIX, de nossa época, retomando as palavras dos profetas Baruk, de Isaías e de outros, apresentando o conteúdo do reino de Deus. Jesus não falou apenas de orações, do templo, de sacrifícios, mas assumiu novas perspectivas, exigindo mais solidariedade, justiça social, conversão e mudança de atitudes. Ninguém pode ouvir a Deus e continuar o mesmo: deve melhorar pessoal e comunitariamente.

Jerusalém não acolheu a mensagem do Batista, nem a de Cristo: executaram a ambos, ao primeiro cortando-lhe a cabeça e ao segundo, crucificando-O. Os apóstolos tornaram-se, também, eles mártires, menos João Evangelista. Tudo na vida tem seu custo: tanto a fidelidade como a infidelidade. A primeira, para a glória e felicidade dos fiéis; a segunda, no entanto, para a vergonha, quando não, para a condenação dos infiéis.

Reflexão sobre o período litúrgico do Advento/Natal. Este é, por excelência, o tempo de demonstração da sensibilidade religiosa do povo de Deus, portanto de preparação e celebração do nascimento do Filho de Deus: o predileto do Pai: Jesus o Salvador. É de modo particular, tempo, de vigilância, de preparação, de oração e de espera. Especialmente de conversão. É por tradição, também, tempo de iluminação das casas, de enfeite das ruas, de preparação dos corações. É outrossim, tempo de festa da família. Mas, o que se tornou, o Advento e o tempo natalino, para o mundo e a sociedade moderna? Tempo de comércio, de banquetes, de trocas de presentes, de grande atividade do Papai Noel… Com a secularização, veio a ser ocasião, para maior paganização da vida cristã. Há festas, músicas, mas se esquece o festejado: Cristo, o Presente especialíssimo de Deus. Em muitas casas, ainda, existe o costume da árvore do natal (pinheirinho), mas o presépio, talvez, não mais. Os cristãos, outrora, sacralizaram o dia “do Rei Sol”. Os descendentes do iluminismo, não, certamente, bem iluminados, paganizaram o Natal. Repito: há banquetes, música, frequentemente, ainda se canta o “Noite Feliz” nas casas e igrejas, mas a noite já é pagã, no coração. Há festas, mas se esqueceu o Senhor, o festejado: o presente de Deus; Jesus. Esqueceram-se, não poucas vezes, os pobres e atingidos pelo coronavírus. Por isso, o cântico “Noite Feliz” ficou um tanto, desafinado… Nos presépios, são ainda colocadas as imagens dos pastores e dos animais, mas faltam os homens, mulheres e as crianças. Tornei-me um tanto pessimista? Penso que não. Basta estender o olhar, para nossa a realidade. O que vemos? Ajudai-me a entende-lo.

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