2º Domingo da Quaresma 05/03/2023.

    Texto bíblico: E daquela nuvem, fez-se ouvir uma voz que dizia: “Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha afeição; ouvi-O”.

    Há, um deslocamento geográfico, na vida e na missão de Jesus: Ele se dirige, da Galileia a Jerusalém. Há, também, uma mudança psico-religiosa em sua atitude: Ele se transfigurou, no alto da montanha. Acontece, ali uma sinalização teológica: Jesus é mesmo o Filho de Deus, o Messias anunciado, agora, já presente. Se vai sofrer, é por causa do exercício de sua missão, como, de resto, já, foi previsto (cf. Is 53). Ele vencerá. Ressuscitará. No primeiro domingo da Quaresma, Jesus é apresentado igual a nós, menos no pecado. É tentado, mas vence o demônio. É fidelíssimo. Essa lição, nós homens e mulheres, certamente, ainda, não aprendemos.

    No Evangelho deste domingo, Jesus leva consigo três discípulos, Pedro, Tiago e João. Por que não leva os doze? Jesus não o disse: certamente não foi fazer show. Quis testemunhas do acontecimento e não apenas videntes, hoje diríamos, jornalistas. Apareceram, ainda, dois dos maiores personagens do Antigo Testamento: Moisés e Elias, significando a Lei e os Profetas. Falavam com Jesus, referendando sua missão e atitude. Pedro, quando inspirado, acertava em suas afirmações, mas quando não, geralmente se equivocava: causando vexame. No caso, disse: é bom estarmos aqui… De fato: que companhia… Que cenário… Jesus, no entanto, mandou descer e trabalhar: evangelizar. Contudo, quer me parecer, que ainda hoje, há os que gostam de permanecer nas nuvens…

    “Este é meu Filho bem-amado, ouvi-O”. As nuvens significam uma teofania (como no Sinai cf. Ex 19.1-25). É o Pai quem fala: “É meu Filho bem-amado”. Manda ouvi-Lo, ou seja, obedecer-Lhe, servindo-O. A cena é grandiosa: o Pai, Moisés e Elias, bem como os três mais significativos dos apóstolos. Pedro nunca vai esquecer o que viu e ouviu. Nós, como Igreja, obedecemos? Não é o Pai quem manda? Não, nos falta hoje, sensibilidade apostólico-pastoral no exercício da missão? Comparemos, nosso modo de agir, com o ardor dos seguidores do rei momo… (cf. carnaval 2023). Que fervor. Devo acrescentar, pelo que vimos: que atrevimento.

    Jesus quis descer. Não permaneceu na montanha. Isso significa, que é necessário voltar ao trabalho: evangelizar. Eles foram. A experiência que tiveram, certamente, lhes foi muito importante, por toda vida. Basta ver, como eles exerceram sua missão: peregrinaram, evangelizando e morrendo pelo Mestre, edificando assim o Reino de Deus.

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