25º Domingo do Ano: 18/09/2022

    Ideia-chave: “quem é fiel nas coisas pequenas o é nas grandes.” (Lc 16,11-12), (Lc 16,1-12) Deus é o único dono de tudo e nós somos, apenas, administradores. Porém importantíssimos.

    A parábola do Evangelho hodierno, não é nada fácil, para ser bem explicada ou entendida. De início, é preciso excluir, decididamente, todo e qualquer elogio ou louvor à desonestidade, à injustiça ou a outros trambiques. Podemos e devemos ser até espertos e competentes, mas não gananciosos e exploradores. Nossa moral deve ser a do Evangelho: exigem-se de nós, virtudes. Elas podem ser:  a) Teologais: fé, esperança e principalmente caridade, são as principais virtudes do homem. b) Logo depois, vem as virtudes cardiais: prudência, fortaleza, temperança e a justiça, nas suas diversas formas. No entanto, a caridade sem justiça não é cristianismo, e a justiça, sem caridade, pode tornar-se violência, quando não despotismo. Disse alguém, que o administrador do Evangelho citado, era um brasileiro com seus jeitinhos… Não. Pode até haver semelhança… O Senhor, o dono subtendido no Evangelho é Deus. O administrador, bom ou mau, sou eu. Podes sê-lo tu. Deus nos confiou muitas, qualidades, para serem bem cultivadas, pois devemos prestar contas, de nossas atitudes. Por que há tanta corrupção, nos países do terceiro mundo? Somente ali? A realidade é muito complexa. Por isso, certamente, falta formação e também, respeito pelo bem comum, ou seja, o do próximo.

    O grande Senhor, de todos e de tudo, é Deus, Ele é o criador. Jesus Cristo o salvador e o Espírito Santo, nosso pedagogo. Trata-se, pois, da Trindade. Ela partilha tudo: o sol que ilumina a todos, e a terra que é para todos. Pela água, Deus não cobra nada, pelo oxigênio e luz também não. Tudo é de Deus. Somos, no fim, apenas administradores. Bons? Quando morrermos, nada levaremos, a não ser, nossas, obras: boas ou más.

    Ser bom administrador: é organizar a vida, para torná-la pessoal e comunitariamente boa.  Lembro, mais uma vez, que a vida terrena passa e a celeste é eterna. Não devemos fazer mau negócio, trocando esta (vida eterna!), por aquela, que pode ser, até bem curta. Sabemos fazer amigos, que intercedam por nós, conquistar defensores e advogados que nos defendam, quando necessário? Quem são eles? É ingênuo e pouco cristão (se o for!), quem não valoriza, neste mundo, necessitados, marginalizados, órfãos, viúvos, crianças e empobrecidos. Quem não tiver coração, para estes e estas, não poderá ter vez, com o Criador. O Senhor. O Evangelho não é livro de administração ou então de ação política. Mas é imprescindível para quem quiser exercer vida pública. No exame final, não haverá segunda época, “cola”, nem compra ou corrupção. Dele, ninguém escapará. Enfrentá-lo-emos. Deus é amigo e misericordioso, não, porém, corruptível ou parcial.

    + Dom Carmo João Rhoden – SCJ

    Bispo Emérito de Taubaté –SP

    Presidente da Pró Saúde

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