18º Congresso Eucarístico Nacional: 11 a 15 de novembro de 2022

    Tema: Pão em todas as mesas.

    Lema: Repartiram o pão, com alegria e não havia necessitados entre eles.

    N.B. É claro que o 18º Congresso Eucarístico Nacional, parte da Eucaristia, como “Pão do céu”, ou seja, como sacramento, para frisar a importância do pão, que mata a fome dos pobres, mormente, dos mais necessitados. Portanto, não se deve aproximar da mesa eucarística, quem não reparte seu pão com pobres, os preferidos de Jesus (cf. Mt 5,1-12); (Lc 6,20-26).

    A Eucaristia, sempre, foi o centro da vida cristã. Todos os sacramentos, a Ela levam, ou Dela partem. É o dom, dos dons de Jesus Cristo, a nós e por nós oferecido, solenemente, pouco antes de morrer. Ele a preparou, carinhosamente, durante toda sua evangelização (cf. Jo 6,48-59) e a instituiu na inolvidável última ceia. Como? Lavando os pés dos discípulos, como sinal do seu amor, dizendo-lhes: Amai-vos, como Eu vos amei, (Jo 13,34) recordando, uma vez mais a necessidade de aprendermos a servir, com ternura. De fato, Ele não veio para ser servido, mas para servir (Lc 22,26-27). Deixou claro ainda que a felicidade humana, somente se conseguiria, pela imitação do seu exemplo. “Sereis felizes se o fizerdes” (Jo 13,17); (Jo 13,1-20). Por isso, sobretudo, num contexto de fome e necessidades, cabe-nos repartir o pão, de cada dia. Somos uma grande família, não só numérica, mas também, para sê-la, sempre, mais qualitativamente: pelo amor, pela justiça, pela paz e fraternidade. Quem não tiver uma visão social, de acordo com o Evangelho, não pode ser discípulo de Cristo e nem participar da Eucaristia.

    A Igreja deve, portanto, viver do amor e da Eucaristia, para realizar sua missão evangelizadora, pastoral e diacônica. Jesus, não veio apenas, para fundar uma Igreja. Encarnou-se. Assumiu a labilidade da vida humana, em tudo, semelhante à nossa, menos no pecado. Escolheu 12 discípulos – os apóstolos – , à semelhança das 12 tribos da antiga Aliança, para continuarem Sua obra. O verdadeiro culto cristão é amor a Deus, sobretudo, antes de tudo e além de tudo, e ao próximo como, Ele o viveu. Não quis levar, apenas, seus seguidores ao templo, mas para a casa do Pai: à vida eterna. Por isso, exigiu fraternidade e uma disposição inquebrantável para a construção do Reino do Pai. Quem se aproxima da mesa eucarística, para alimentar-se do pão do céu, deve, também, saber partilhar o pão de sua mesa, com os que possuem fome: os necessitados. Na terra, haverá sempre diferenças sociais. A sociologia o explica, e a psicologia ajuda a entendê-lo. Nem todos conseguem vencer as múltiplas dificuldades e problemas da vida, numa realidade onde impera o pecado. Por isso, todos podem e devem pensar no próximo e amando-o, servi-lo carinhosamente.

    Conclusão. Portanto, Eucaristia nos sacrários, pão nas mesas de todos e fraternidade nos corações, para que haja menos tristeza e miséria no mundo. A felicidade que Cristo trouxe do Pai, deveria expandir-se sempre mais aos irmãos e irmãs, aqui na terra e não somente, no céu. Não podemos ser ingênuos, nem tão pouco omissos, na vivência do Evangelho (cf. História da Igreja). Um dia Cristo poderá, na prestação de contas, no final dos tempos, perguntar-nos: onde ficou teu irmão(a) necessitado? Nem uma explicação, mesmo que teológica, resolverá o problema. Pois até podemos enganar os homens, mas certamente não a Deus. Vamos, então, enquanto é tempo, partilhar o pão, oferecendo-o com amor e espírito serviçal. Na eternidade, já, na visão beatífica, enfim seremos todos servidos, para sempre.

     

    + Dom Carmo João Rhoden – SCJ

    Bispo Emérito de Taubaté –SP

    Presidente da Pró Saúde.

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