Há algum pai que não se esforce o máximo possível para Deus e o melhor a seus filhos? Quase se pode dizer que não. Outra coisa bem diferente é dizer que acertam sempre, pois, muitas vezes, aquilo que acreditam ser o melhor para o filho revele-se, ao longo do tempo não o ser. Mas há sempre boa vontade por uma simples razão: os pais, normalmente, sentem os filhos como se fossem parte de si mesmos.
A mensagem das leituras do domingo que celebra a Igreja triunfante é simples: somos filhos de Deus. Como diz São João na segunda leitura(1Jo 3,1-3), não sabemos o que seremos no futuro, mas já sabemos o que somos hoje: filhos de Deus. Alguém conhece algo maior? Temos o direito de nos sentar à mesa com Deus e que nos seja servida a refeição dos filhos, não a dos servos., porque somos seus filhos.
Como todos os pais, Deus deseja o melhor para nós e esforça-se o mais que pode para que o tenhamos. Acontece que, algumas vezes, pensamos que o melhor não é exatamente aquilo que Deus deseja para nós. Acostumamo-nos a pensar que o melhor é ter muito dinheiro (assim podemos comprar todas as coisas que nos agradam); sermos admirados por todos ou que os demais preocupem-se com o que acontece conosco e cuidem de nós pois acreditamos que as nossas dores e penas são as maiores do mundo. Deus, no entanto, sabe que tudo isso é inútil. Essas coisas não são o melhor. Nem é preciso comparar a nossa situação com a de outras pessoas. Cada um de nós é único, cada vida é sui generis.
É com esta perspectiva que devemos ler as Bem-aventuranças. Descobriremos o que Deus pensa que é verdadeiramente bom para nós e não pensemos que esteja enganado. Ele, que nos quer tanto, acredita que o melhor é vivermos em ótimo relacionamento de amor e amizade com os demais filhos de Deus, cultivando a justiça, a misericórdia, a simplicidade de coração e compartilhando as dores e alegrias dos outros como se fossem nossas, porque, se eles são nossos irmãos, obviamente as suas alegrias devem nos fazer felizes.
Ao proferir a sequência das Bem-aventuranças, Jesus quis mostrar a seus discípulos e a nos que ser feliz é mais simples e mais fácil do que pensamos, basta cultivar o amor que Ele mesmo oferece para nós.
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