Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo!

     

     

    A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar a mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor. Deus se revela a nós como comunidade entrelaçada pelo amor. Contemplando e vivendo este mistério, somos chamados a renovar sempre a nossa vocação à vida comunitária, sinal visível dos que querem construir o Reino entre nós!

    A Igreja ao celebrar a Solenidade da Santíssima Trindade, o mistério central da fé e da vida cristã. Deus se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo. Foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem nos revelou esse mistério. Ele falou do Pai, do Espírito Santo e de Si mesmo como Deus. Logo, não é uma verdade inventada pela Igreja, mas revelada por Jesus. Não a podemos compreender, porque o Mistério de Deus não cabe em nossa cabeça, mas é a verdade revelada. Santo Agostinho (430) dizia que o Espírito Santo procede do Pai, enquanto fonte primeira, e pela doação eterna deste último ao Filho, do Pai e do Filho em comunhão (A Trindade, 15,26,47).

    A primeira leitura(Cf. Pr 8,22-31) sugere-nos a contemplação do Deus criador. A sua bondade e o seu amor estão inscritos e manifestam-se aos homens na beleza e na harmonia das obras criadas (Jesus Cristo é “sabedoria” de Deus e o grande revelador do amor do Pai).

    A segunda leitura(Cf. Rm 5,1-5) convida-nos a contemplar o Deus que nos ama e que, por isso, nos “justifica”, de forma gratuita e incondicional. É através do Filho que os dons de Deus/Pai se derramam sobre nós e nos oferecem a vida em plenitude.

    O Evangelho(Cf. Jo 16,12-15) convoca-nos, outra vez, para contemplar o amor do Pai, que se manifesta na doação e na entrega do Filho e que continua a acompanhar a nossa caminhada histórica através do Espírito. A meta final desta “história de amor” é a nossa inserção plena na comunhão com o Deus/amor, com o Deus/família, com o Deus/comunidade. “Ten ho muitas coisas a vos dizer, mas não podeis compreender agora”(Cf. Jo 16,12). Há uma semana encerrava-se o Tempo Pascal, com a solenidade de Pentecostes – que é a fonte de tod o ser da Igreja. De fato, o mistério pascal nos insere no mistério da Trindade, deste Deus que, tanto na diversidade de suas pessoas, quanto na unidade de sua substância comunica uma mesma Boa-Nova: a de que somos amados desde antes da criação do mundo, por esta Sabedoria encarnada cuja alegria é “estar com os filhos dos homens”(cf. Pv 8,31), criados “pouco abaixo dos anjos, coroados de glória e esplendor”(cf. Sl 8,6), e sobre os quais foi derramado aquele “amor de Deus, pelo Espírito Santo”(Cf. Rm 5,5) e que é o próprio Deus, pois “Deus é amor!”(cf. 1Jo 4,8). Ou seja, festejamos a Trindade porque ela nos festeja, porque ela nos insere em si, porque ela nos criou e nos redimiu para que nela tivéssemos “vida e vida em abundância”(Cf. Jo 10,10). Fomos nela introduzidos pelo Batismo, nela nos aprofundamos na Santíssima Eucaristia e nos demais sacramentos, e será ela a nossa vida e a nossa glória eterna quando a ela voltarmos após a nossa morte: “Ó Senhor, nosso Deus, como é admirável vosso Nome por toda a terra!(Cf. Sl 8,2a)

    São Clemente de Roma, Papa no ano 96, ensinava: “Um Deus, um Cristo, um Espírito de graça” (Carta aos Coríntios 46,6). “Como Deus vive, assim vive o Senhor e o Espírito Santo” (Carta aos Coríntios 58,2). O Concílio de Niceia, ano 325, confirmou toda essa verdade: “Cremos […] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Pai como Unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial com o Pai, por quem foi feito tudo que há no céu e na terra. […] Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos Profetas” (Credo de Niceia). Pai, Filho e Espírito Santo, rogai por nós!

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