A palavra de Deus no lixo

    Até no lixo ela faz efeito. Se você tem dúvidas, leia até o fim.

    Em 1982 a Editora O Recado publicava pela primeira vez o livro Dízimo e Oferta na comunidade. Seu autor, um administrador de empresas e missionário leigo, tornava pública sua preocupação com a prática do dízimo, que até então era entendida apenas no seu aspecto financeiro, “para sustentar as obras da Igreja”. Mas sobre a possibilidade de uma “experiência com Deus” pouco se falava ou quase inexistiam testemunhos convincentes. Antoninho Tatto resolveu viver essa experiência e a testemunhar através de livros e palestras. Até aqui, nada de tão extraordinário, não fosse a grande aceitação que suas palavras e escritos provocaram no seio da comunidade católica. Um ano depois seu grupo missionário se unia em torno desse desafio (até eu, então postulante do grupo) e começávamos aqui uma grande maratona de pregações sobre o assunto.

    Cinco anos apenas já eram 80 mil exemplares distribuídos, quando se publicou um complemento com o título Dízimo: Expressão forte de comunidade. Comentei em suas páginas internas: “Este é um trabalho do qual não nos esqueceremos com facilidade. Principalmente porque nos induz a um compromisso pessoal”. Será mesmo? Pois vejam alguns exemplos.

    Pregando um dia na cidade de Ibirarema, SP, uma senhora humildemente trajada fez questão de uma conversa comigo. Nesta narrava sua vida sofrida e sua luta para sobreviver, vendendo coxinhas de porta em porta. Tinha compreendido que algo lhe faltava: a prática do dízimo. “De hoje em diante vou separar meu dízimo de tudo aquilo que vender”, afirmava. Meses depois, escreveu-me uma carta-testemunho, dizendo de suas conquistas, até de seu casamento na Igreja (um sonho que sempre tive, dizia ela), que saia da quase mendicância para uma vida menos atribulada. Ainda vendendo coxinhas, mas agora só por encomendas para festas. E sempre separando sua décima parte como dízimo de gratidão.

    São os pequeninos do Reino nossos melhores mestres. Senão, vejamos: Em agosto de 2009, Leonardo Francisco Ramos, de Angra dos Reis, escreveu-nos um testemunho de arrepiar. “Trabalho na Coleta de Lixo de minha cidade há sete anos. Achei este livro (Dizimo e Oferta…) quando passava recolhendo o lixo da Igreja Católica”. (Ah, quanto lixo, não é? – mas, apartes fora, continuemos) “Levei pra casa e comecei a ler. Em quatro dias terminei e achei muito interessante”. Parou nisso? Claro que não.

    Leonardo continua: “Passei a ser dizimista fiel há quatro anos e tive a experiência de prosperar”. Seu longo testemunho passa por várias etapas, desde a constatação de que antes o dinheiro não sobrava, mas depois… Acordo trabalhista inesperado, controle melhor das finanças, momentos de muitas conquistas e algumas dificuldades, superação e até insegurança. “Eu assumi ser fiel e não fui… Hoje percebo o quanto é importante ser fiel à palavra de Deus e resolvi tentar de novo, não porque é uma obrigação para mim e sim uma escolha que fiz”. Uma escolha que fiz… O dízimo consciente, noutras palavras. Tem plena consciência de que aquele amontoado de papeis impressos, achados no lixo, determinaram sua mudança de vida.

    Esse livrinho simples, já traduzido para o inglês, espanhol, línguas nativas da África e outras, no Brasil atinge hoje a marca de três milhões e quinze mil exemplares. Isso mesmo, três milhões! Um best-seller do catolicismo, que a mídia desconhece, mas o coração sensível dum simples coletor de lixos soube valorizar. Leonardo concluiu seu testemunho com uma oração: “Abençoe, Senhor, os missionários do MEAC, dê-lhes sabedoria cada vez mais. A tua palavra diz: ‘Quem pede, recebe’. Que os corações dos seres humanos se abram para a obra de Deus, assim como o meu se abriu…” (Testemunho comprovado por Frei Alonso e Edmilson, da Par. N.Sra. do Carmo, de Angra dos Reis, RJ).

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