Vinde Espírito Santo!

    A Solenidade de Pentecostes a liturgia convida-nos a olhar para o Espírito Santo e a tomar consciência da sua ação na Igreja e no mundo. Fonte inesgotável de Vida, o Espírito, transforma, renova, orienta, anima, fortalece, constrói comunidade, fomenta a unidade, transmite aos discípulos a força de se assumirem como arautos do Evangelho de Jesus.

    Cinquenta dias após a Ressurreição de Jesus, celebramos a Solenidade de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo, o dom pascal por excelência.  Assim como Maria e os Apóstolos, reunidos no Cenáculo, receberam o dom do Espíritos Santo, também nós, na mesma fé e na mesma esperança, estamos celebrando o dom do amor de Deus, recordando o dia em que o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja nascente. O Mistério Pascal chega à sua plenitude com a vinda do Espírito Santo, que une todas as línguas, raças e povos, impulsionando-nos a viver o amor verdadeiro.

    O Evangelho – Jo 20,19-23 – apresenta-nos a comunidade da Nova Aliança reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, renovada, a partir do dom do Espírito. Fortalecidos pelo Espírito que Jesus ressuscitado lhes transmite, os discípulos podem partir ao encontro do mundo para o transformar e renovar. No Evangelho, o Pentecostes acontece no mesmo dia da Páscoa. O Ressuscitado aparece aos discípulos, que estavam fechados e com medo do que poderia acontecer. Além de lhes mostrar as mãos e o lado, o Senhor lhes deseja a paz e, soprando, lhes diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22b). O sopro de Jesus nos remete ao sopro de Deus – em Gênesis, no momento da criação – que fez do homem um ser vivente. Neste caso, a ação de Jesus é recriadora e reanimadora, conduzindo os Apóstolos, com fé e coragem, à missão de evangelizar.

    Na primeira leitura – At 2,1-11 –, o autor dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos o Espírito Santo como a Lei Nova que orienta e anima o Povo da Nova Aliança. O Espírito faz com que homens e mulheres de todas as raças e culturas acolham a Boa Nova de Jesus e formem uma comunidade unida e fraterna, que fala a mesma língua, a do amor. A comunidade reunida, que aguarda o cumprimento das promessas de Jesus. O barulho e a ventania remetem à presença do Espírito Santo. O “sinal visível” são as línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre aqueles que estavam presentes. Diversos povos e nações estavam em Jerusalém: cada um falava em sua própria língua e todos se entendiam – o Espírito, além de possuir uma força unificadora, contraposto a Babel, antecipa a missão da Igreja: de reunir todo o Povo de Deus disperso.

    Na segunda leitura – 1Cor 12,3b-7.12-13 –, Paulo apresenta o Espírito como fonte de Vida para a comunidade cristã. É o Espírito que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros. Por isso, os dons do Espírito não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos. A diversidade de dons é fruto do mesmo Espírito Santo: unidade no Espírito e diversidade de carismas. Unidade que garante a coesão e a harmonia entre todos.

    Acolhamos, com esperança, os dons do Espírito Santo. Ele, que vem em socorro de nossa fraqueza, acenda em nós o amor e a alegria de sermos a assembleia amada e reunida por Deus. Por isso, o Espírito Santo, no qual fomos batizados, capacita-nos para falar a linguagem compreensível a todos: o amor. Ele nos reúne e nos envia para que sejamos portadores da paz e do perdão! Vinde Espírito Santo!

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here