Ver e comprometer-se com Jesus!

    Na liturgia do 5º Domingo da Quaresma ecoa, com insistência, a preocupação de Deus no sentido de apontar ao homem o caminho da salvação e da vida definitiva. A Palavra de Deus garante-nos que a salvação passa por uma vida vivida na escuta atenta dos projetos de Deus e na doação total aos irmãos.

    Na primeira leitura(Jr 31,31-34), Deus apresenta a Israel a proposta de uma nova Aliança. Essa Aliança implica que Deus mude o coração do Povo, pois só com um coração transformado o homem será capaz de pensar, de decidir e de agir de acordo com as propostas de Deus. Com magistral habilidade, Jeremias fecha este nosso tempo de preparação para a Páscoa. Traz três palavras caríssimas ao Antigo Testamento: Aliança (berit), Lei (torah) e Conhecimento (yadá). A primeira ocorre quatro vezes e lembra o primeiro domingo, a segunda recorda a instrução do Senhor ao seu povo e a terceira ratifica esta intrução, apontando para a experiência profunda do conhecer a Deus. Às palavras do profeta, podemos nos perguntar: será que o período quaresmal possibilitou uma experiência do conhecimento de Deus? Será que desendureceu o nosso coração? Será que a Quaresma nos humanizou?

    A segunda leitura(Hb 5,7-9) apresenta-nos Jesus Cristo, o sumo-sacerdote da nova Aliança, que Se solidariza com os homens e lhes aponta o caminho da salvação. Esse caminho (e que é o mesmo caminho que Jesus seguiu) passa por viver no diálogo com Deus, na descoberta dos seus desafios e propostas, na obediência radical aos seus projetos.

    O Evangelho(Jo 12,20-33) convida-nos a olhar para Jesus, a aprender com Ele, a segui-l’O no caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. O caminho da cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação que brota a vida verdadeira e eterna que Deus nos quer oferecer. São João retoma a ideia do Filho do Homem. Embora o evangelista explique o sentido dessa elevação(Jo 12,34), é muito possível lê-la, também, no aspecto da Ressurreição. A mensagem é profecia de esperança, profecia de alegria, profecia pascal que ressoa (uma voz) em nossos corações. É instrução nova, é grão de trigo que produz fruto quando morre. Sendo assim, a palavra é por demais significativa: a morte existirá, mas o fruto mais belo será a vida. Um sinal pascal!

    Ver e comprometer-se com Jesus! Pelo ensinamento do grão que morre para nascer e produzir frutos, somos convidados a entender que seguir Cristo envolve comungar da sua vida e do seu destino, doando-nos em favor dos outros. Começamos a ser cristãos de verdade quando o chamado do Mestre nos atrai e nos comprometemos com ele. Somos de fato atraídos por Ele quando fazemos nosso o movimento que ele fez de ser levantado da terra, até o alto da cruz, momento da doação de sua vida.

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