Uma Vida ancorada na Misericórdia Divina

Na Audiência Geral do dia 30 de setembro de 2015, (144º aniversário da emancipação política de Viçosa), na Praça São Pedro, em Roma, o Papa abençoou uma imagem de Santa Rita de Cássia de seis metros trazida do Líbano, para posteriormente ser instalada na entrada da cidade italiana de Cássia. “Ao abençoar esta grande estátua – disse Francisco –  convido todos, no Jubileu da Misericórdia, a reler sua extraordinária experiência humana e espiritual como sinal da potência da misericórdia de Deus”.
A estátua foi talhada pelo cinzel do famoso escultor libanês Nayef Alwan. O artista trabalhou por meses na obra, baseado em um esboço aprovado em comum acordo com a administração e a comunidade da Ordem Agostiniana de Cássia, dando forma e vida a um gigantesco bloco de pedra extraído das montanhas do Líbano a dois mil metros de altitude. A peça concluída foi embalada e embarcada em um navio até o porto italiano de Salerno e, em seguida, transportada por uma carreta até o Vaticano para ser abençoada pelo Papa. Uma dádiva divina para que o magnífico exemplo de Santa Rita de Cássia nos ajude a viver o Ano Santo da Misericórdia.
Seguindo a sugestão do Papa Francisco, recordemos a História deste ícone da fé cristã: o testemunho de SANTA RITA DE CÁSSIA, que experimentou cinco estados de vida: donzela, casamento, maternidade, viuvez e vida religiosa consagrada, é uma referência de consoladora esperança e nos motiva a acolher a vida como dom absoluto de Deus que deve, portanto, ser iluminada pela fé.
Setenta e seis anos (1381-1457) foram suficientes para construir uma exemplar existência, iluminada pela capacidade de amar os próprios inimigos, chegando a trazer na fronte os sinais da caridade e paixão de Cristo. Evocada como padroeira das causas impossíveis, pois nada lhe foi fácil. Seja a conversão do esposo, a preservação da conduta dos filhos e o ingresso na Vida Religiosa Consagrada. Sua memória e intercessão nos inserem no autêntico discipulado de Cristo e reavivam em nós as motivações do ardor missionário.
Marguerita Lotti, “Margarida”, isto é, “Pérola” ou, no diminutivo carinhoso, “Rita”, nasceu em Roccaporena, povoado próximo a Cássia, na Itália. Queria ser Freira, mas teve de fazer a vontade dos pais, que a levaram a se casar com um homem que lhes parecia bom, mas não era.
Casada aos treze anos, teve de suportar durante dezoito longos anos os excessos de um marido áspero e violento. Mesmo tendo conseguido sua conversão, ele morreu assassinado. Rita ofereceu a Deus a vida de seus dois filhos, João e Paulo, determinados a vingar a morte do pai. Os dois morreram antes de consumar a vingança. Rita pede então para ser admitida no Convento das Irmãs Agostinianas. Diante da recusa, sua fé não lhe permite desistir. Depois de insistir três vezes, foi introduzida milagrosamente no Convento por seus Santos Protetores: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino.
Já no mosteiro, Rita teve o trabalho de regar um galho de uva seco, ela o fez com amor e em pouco tempo voltou a ser uma bela videira. Em suas ações, Rita deixava sempre cair o mel, o cheiro, as migalhas do amor de Deus. Ficou conhecida como “o Anjo de Cássia”, por seu amor à Paixão de Cristo e ao próximo.
Quis compartilhar com Cristo seu sofrimento na cruz, e um espinho na sua fronte traz uma malcheirosa ferida. Enferma, pediu às visitas para que lhe trouxessem de sua casa uma rosa. Diante do rigoroso inverno, a madre superiora disse que Rita estava tendo delírios por causa da febre. Mesmo assim não abandonaram o pedido de Rita. Abismadas, voltaram ao mosteiro com a rosa, a bela rosa que brotou em pleno inverno para glorificar a Deus. Na ocasião de sua morte, o mau cheiro de sua ferida transformou-se em suave perfume. Os sinos começaram a tocar, manifestando a glória de Deus na humildade de Rita, um exemplo de filha, jovem, mulher, esposa, mãe, viúva, religiosa. Enfim, UMA VIDA ANCORADA NA MISERICÓRDIA DIVINA.
Pároco de “Santa Rita de Cássia” em Viçosa

Padre Paulo Dionê Quintão

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