Um batismo de esperança

    Costumamos chamar o otimismo excessivo de “poesia”, “alucinação” ou, inclusive – em sentido mais positivo – “utopia”. A pessoa utópica fixa seu olhar naquilo que não tem lugar em nosso mundo e, não obstante, acredita que se pode tornar realidade.
    Existem momentos da história da humanidade nos quais o otimismo não alcança grandes intensidades: mostramo-nos, ao contrário, muito pessimistas, um tanto deprimidos. O momento que estamos vivendo é um deles. Os conhecimentos que temos da realidade, dos fenômenos históricos, reduzem muitíssimo o campo do nosso otimismo. Não esperamos grandes surpresas dos comportamentos humanos. Não prevemos a superação de males endêmicos que angustiam grande parte da humanidade. Continuará havendo violência, conflitos armados, guerras, mortes, doenças, exclusões, injustiças…
    A esperança não nasce da auto-sugestão. Não somos nós que a fazemos brotar em nosso espírito; e ela que vem de Deus e se apodera de nós. A esperança é como a água do banho que se derrama sobre todo o nosso corpo e o revitaliza e regenera. Quem recebeu o dom da esperança vê à realidade de outra maneira, não se preocupa tanto; descobre a mão providente de Deus em tudo o que aconteces e sempre sabe que a Graça vencerá.
    A esperança virá a nós como um batismo: no princípio, de água, depois, de fogo e de Espírito. A esperança deve ser suplicada. É fogo de Deus em nosso coração. É luz de Deus em nosso caminho. É canto de vitória em nossas lutas.
    Mesmo que em nossos tempos não descubramos muitos motivos de otimismo, mesmo que as estatísticas pareçam muitas vezes desfavoráveis, dando-nos a impressão de que este mundo caminha desgrudado da mão de Deus, felizmente, não é assim. O Senhor vem também neste nosso tempo, nesta nossa geração, para nos visitar. Vem nos batizar com seu Espírito, derramado permanentemente sobre esta terra. Vem batizar-nos com a esperança. Seria muito bom para cada um de nós se nos dispuséssemos a receber, neste segundo domingo do Advento, o batismo da esperança!

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