Celebramos neste domingo o 24º desse Tempo Comum. Pouco a pouco, vamos nos aproximando do final do ano litúrgico; ao 34º domingo desse Tempo Comum se encerraremos o ano litúrgico. Estamos no mês da Bíblia, em que a Palavra de Deus merece destaque em nossas paróquias e em nosso coração. Da carta aos gálatas nos vêm o lema: “pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3, 28d).
Meditando a Palavra de Deus, iremos observar o plano de amor de Deus por todos nós que culminou no envio de seu Filho amado no meio de nós e esse amor chega a tal ponto, que ele dá a sua vida por nós na Cruz. É tudo isso que observamos durante esse tempo comum. Jesus pregando, ensinando, curando e caminhando, até chegar em Jerusalém para sofrer a Paixão. Após a ressurreição, envia por meio do Espírito Santo os apóstolos em missão e, assim, surge a Igreja primitiva. E esse mesmo Espírito Santo conduz a Igreja até aos dias de hoje.
Toda vez que participamos da celebração Eucarística, adentramos no mistério da Paixão, morte e ressurreição de Jesus. E a cada missa podemos confessar como Pedro, nossa aliança de amor com Jesus e assim renovar a nossa fé. Tomemos a nossa Cruz de cada dia e assumamos a nossa missão de cristãos no mundo, de sermos “sal na terra e luz no mundo”.
Ouçamos com atenção e amor a Palavra que Deus nos dirige no dia de hoje e que ela seja conforto e esperança para nós que vivemos tempos difíceis. Que essa Palavra seja esperança para os que estão sem esperança e força, para aqueles que se encontram fracos na fé. Que o Espírito Santo que vem de Deus nos ajude nessa missão de sermos discípulos de Jesus nos dias de hoje.
A Primeira Leitura deste domingo (Is 50, 5-9a) faz parte do chamado livro do “servo sofredor”, que é semelhante à figura de Jesus, ou seja, de todo aquele que é justo e que faz a vontade de Deus. Esse justo e fiel a Deus até na hora de sua morte, essa adesão filial a Deus provém da palavra de Deus e do Espírito Santo. À medida em que somos fiéis a Deus, Ele permanece fiel a nós e nunca nos abandona, principalmente, nos momentos de dificuldades.
O Salmo Responsorial é o 114 (115), e nos diz em seu refrão: “Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos”. À medida em que andamos junto ao Senhor, Ele caminha conosco e ouve o nosso clamor. Deus não quer ver nenhum de seus filhos sofrer e se compadece da nossa dor. Nós correspondemos a esse amor de Deus por nós, amando e servindo o nosso próximo e praticando a justiça.
A Segunda Leitura é extraída da Carta de São Tiago (Tg 2, 14-18). Tiago alerta à comunidade e a todos nós hoje, que devemos colocar em prática a nossa fé. Não adianta dizer que ama a Deus, se não vive a fé. A maneira de vivermos a fé católica na prática é amando e servindo aos irmãos, praticando a justiça e a caridade. Colocar a fé em prática é a partir da participação da Missa, se colocar a serviço dos irmãos.
O Evangelho (Mc 8, 27-35) relata quando Jesus parte para o povoado de Cesareia de Felipe com os seus discípulos e lhes pergunta quem dizem os homens ser o filho do Homem. Eles respondem que alguns dizem que era João Batista, outros que era Elias ou outros, ainda, que era alguns dos profetas que ressuscitaram.
Jesus queria ouvir algo diferente daqueles que conviviam diretamente com Ele. Jesus não queria uma resposta que viesse do pensamento “humano”, mas queria uma resposta que partisse de “Deus”.
Apenas Simão Pedro, ao ser indagado por Jesus sobre a sua identidade, responde: “Tu és o Messias, o filho do Deus vivo”. Jesus fica contente com a resposta de Pedro, pois Pedro respondeu com o pensamento de Deus e não com o pensamento humano. Foi o Espírito Santo que revelou a Pedro que Jesus era o filho de Deus.
Para poder dar essa resposta a Jesus, sobre quem Ele era, é necessário que o Espírito Santo revele isso no íntimo de cada um e o Espírito Santo revelará isso à medida em que criarmos uma intimidade com Deus por meio da oração.
Ao meditarmos todos os dias a Palavra de Deus e tirarmos um tempo do dia para fazer nossa oração diária a Deus, o Senhor falará conosco e revelará a sua vontade e poderemos proclamar assim como Pedro, que Jesus é o Messias, o filho do Deus vivo.
Celebremos com alegria esse 24º Domingo do Tempo Comum, pedindo ao Espírito Santo que nos ilumine para que a cada dia possamos criar mais intimidade com Jesus, para que assim como Pedro, possamos dar a nossa resposta de fé, revelando quem Ele é para nós.
