Tu és o Messias

    Com muita gratidão ao Senhor, seguimos o caminhar do mês vocacional pedindo ao Senhor de enviar operários para a sua messe e de renovar em nós a chama do zelo pelo serviço, lembrando-nos que assim como o Filho do Homem não veio para ser servido mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos, nossa vocação primordial é a vocação ao serviço do bem ao próximo.

             Neste quarto domingo do mês vocacional, rezamos e recordamos de maneira especial a vocação dos leigos e dos ministérios exercidos por estes no seio da comunidade. Todos nós temos a nossa primeira vocação que é o chamado à vida. Logo após esta, somos chamados à vida da Graça, por meio do batismo. Essa vocação batismal já nos concede a missão de servidores e anunciadores do Reino. Neste dia em que recordamos as vocações e ministérios leigos, recorramos exatamente esta realidade.

    Além desse dia no mês de agosto, termos também o dia do leigo celebrado no dia de Cristo Rei, onde recordamos a missão do leigo no mundo. Neste domingo queremos recordar a missão do Leigo em seus serviços e ministérios dentro da Igreja, nas pastorais, movimentos, conselhos paroquiais, diocesanos, regionais e em todos os âmbitos de serviço que marcam a presença viva do leigo na vida da Igreja. Vale lembrar que esta é uma das características da Igreja no Brasil: uma Igreja marcada pela atuação viva dos fiéis leigos. É dia de rezarmos então de forma especial por essa maioria dos cristãos que na ação singela do tempo dedicado a Deus, edificam a vida da Igreja.

    A palavra de Deus que nos é dirigida neste 21º Domingo do Tempo Comum vem exatamente nos recordar o fundamento do nosso serviço na vida da Igreja e em meio ao mundo. O Evangelho proclamado é o de Mt 16, 13-20, que apresenta três grandes momentos: a pergunta que faz Jesus aos discípulos sobre o que dizem os homens sobre Ele, a pergunta pessoal dirigida aos discípulos sobre quem é Ele e a resposta dada por Pedro, proclamando Jesus como Messias e como Filho de Deus. Reconhecer que é Jesus e aceitá-lo como Senhor é condição fundamental para se colocar a serviço na comunidade.

    Assim como nos tempos de Jesus, ao longo da história e ainda hoje são bem diversas as opiniões dos homens sobre quem é Ele. É interessante notar que existem alguns que dedicam muita energia em falar mal e provar que Jesus não é o que é vivenciado pelos cristãos. Essa insistência em negar a pessoa de Jesus não pode ser vista senão como uma forma de proclamar a sua importância e relevância para os tempos, pois ante uma figura sem importância não seriam necessários tantos esforços para desconstruir sua imagem. Essas afirmações contrárias e maldosas feitas à figura de Jesus causam dor em nossos corações, mas devem nos servir para reafirmar a fé.

    Jesus faz da questão geral que antes tinha apresentado uma questão pessoal: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Assim como os discípulos respondem a esta indagação e Jesus, hoje nós também somos chamados a responder a este questionamento, seja por meio de palavras, seja por meio da profissão de uma fé que se faz vida, proclamando as maravilhas que Ele realiza no meio de nós. Pela ação do Espírito, Pedro proclama Jesus como Messias e Filho de Deus, recebendo assim a missão especial de Jesus de ser o guardião da casa de Deus, já que lhe são confiadas as chaves do Reino dos Céus. É por isso que a figura do sucessor de Pedro, o Papa, é tão importante para a vida da Igreja, pois foi o próprio Cristo quem desejou escolher aquele que seria o administrador da sua comunidade presente neste mundo.

    É neste contexto que a primeira leitura do profeta Isaías (Is 22,19-23) fala da promessa de Deus em destituir Sobna do seu serviço na casa de Deus, já que este não estava sendo realizado segundo o coração de Deus e promete enviar um outro administrador que terá a chave da casa de Davi.  Um escolhido segundo o coração de Deus: é nessa perspectiva que observamos a escolha de Pedro apresentada no Evangelho e consideramos também as escolhas que o Senhor nos dirige.

    A segunda leitura, da carta aos Romanos (Rom 11, 33-36), vai nos mostrar exatamente quem é esse Senhor que nos chama e nos envia em missão, mostrando o protagonismo da ação de Deus: “Na verdade, tudo é dele, por ele, e para ele. A ele, a glória para sempre. Amém!” Não podemos usar de nosso serviço ao Senhor como maneira de promover-se, mas sim como rica oportunidade de mostrar o protagonismo da ação de Deus e da ação da Graça em nossas vidas e na vida da Igreja.

    Sejamos gratos ao Senhor que nos chama e nos escolhe! O mês vocacional é exatamente uma grande oportunidade que temos de celebrar e agradecer o chamado de Deus. Tantas são as manifestações da ação do Espírito na vida da Igreja por meio de nossos irmãos que respondem generosamente ao chamado de Deus. Mesmo que exemplos contrários aos do serviço possam aparecer, que mesmo estes sirvam de incentivo para retomarmos nosso caminho de fidelidade. Confiemos ao Senhor a nossa missão, pedindo que Ele, o Senhor da messe, nos sustente, nos guarde e nos proteja neste caminho de vivência do nosso chamado. Deus abençoe e guarde a todos.

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