Transtorno bipolar na adolescência

     “A importância de se pensar o Transtorno afetivo bipolar na adolescência é que sabemos hoje que 10 a 20% dos casos de TAB nos adultos se iniciou antes da adolescência e que 60% dos casos se iniciam até os 20 anos de idade”, afirma o pediatra e psiquiatra da infância e adolescência do Ambulatório de Adolescentes do Instituto Nacional de Saúde da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Dr. Orli Carvalho.

    Transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico complexo. Sua característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração.

    As flutuações de humor têm reflexos negativos sobre o comportamento e atitudes dos pacientes, e a reação que provocam é sempre desproporcional aos fatos que serviram de gatilho ou, até mesmo, independem deles.

    De acordo com o DSM.IV e o CID-10, (manuais internacionais de classificação diagnóstica), o transtorno bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos:

    Transtorno bipolar Tipo I

    O portador do distúrbio apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os relacionamentos familiares, afetivos e sociais, como também o desempenho profissional, a posição econômica e a segurança do paciente e das pessoas que com ele convivem. O quadro pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar por causa do risco aumentado de suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas.

    Transtorno bipolar Tipo II

    Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo maior para o comportamento e as atividades do portador.

    Transtorno bipolar não especificado ou misto

    Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, mas não são suficientes nem em número nem no tempo de duração para classificar a doença em um dos dois tipos anteriores.

    Transtorno ciclotímico

    É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania e de depressão leve que, muitas vezes, são entendidos como próprios de um temperamento instável ou irresponsável.

    O transtorno bipolar é um dos transtornos de humor mais comuns na população em geral. Com o aprimoramento das técnicas para diagnosticá-la e tratá-la, é possível detectá-la em fases mais precoces da vida, como na adolescência. É importante saber que o transtorno bipolar do adolescente tem certas características que podem ser confundidas com atitudes normais ou outros problemas.

    Por isso, é importante conhecer os sinais que podem ser vistos nos jovens e procurar ajuda imediatamente. Dessa forma, é possível controlar o distúrbio em um estágio inicial, o que pode prever um melhor ajuste no futuro. A pessoa que vive com transtorno bipolar apresenta episódios depressivos onde pode sentir cansaço, baixa autoestima, insônia ou hipersonia, apatia, etc. Normalmente, os sintomas diminuem com o tratamento e a pessoa recupera temporariamente o equilíbrio emocional.

    Antes de discutir o transtorno bipolar adolescente, é importante entender que não há uma ordem específica na qual os episódios ocorrem. Ou seja, alguém pode ter primeiro um episódio maníaco e depois um episódio depressivo, ou vice-versa. Você pode até ter dois episódios depressivos contínuos antes de passar pelo episódio maníaco. É por isso que quando os pacientes apresentam depressão ou mania, é fundamental monitorar sua evolução para descartar a possibilidade de transtorno bipolar.

    A adolescência é uma fase complexa da vida onde as pessoas iniciam o processo de amadurecimento físico e psicológico. Portanto, é um momento de desenvolvimento repleto de mudanças que muitas vezes podem ser difíceis de processar. É comum que surjam rebeliões contra os pais, problemas com amigos, etc. Várias dessas situações podem afetar as emoções dos adolescentes de maneiras diferentes.

    “O transtorno bipolar do adolescente é uma condição que devemos levar a sério. Só assim podemos garantir que os jovens recebam os cuidados necessários para melhorar seus sintomas e viver normalmente”. “A bipolaridade é uma condição que requer cuidados médicos e psicológicos para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Em casos graves, eles podem até ter problemas com a lei devido a comportamentos impulsivos ou cometer suicídio devido à depressão”, afirma o psicólogo Dr. Ebiezer Lopez, Bacharel em Psicologia Clínica pela Universidade Arturo Michelena-Venezuela.

    “Identificar o Transtorno Bipolar e entender como ele se diferencia de outras doenças de caráter emocional é fundamental para saber quais são as intervenções terapêuticas mais adequadas para o efetivo controle dessa doença. Igualmente importante é conhecer os sintomas do Transtorno Bipolar para perceber as mudanças comportamentais mais comuns”, segundo o médico psiquiatra do Hospital Santa Mônica, Dr. Marcel Vella Nunes.

    A conciliação entre a psicoterapia e a farmacologia, proporciona ao paciente um tratamento satisfatório.

    Prof. Dr.  Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.

    Psicologia, Educação e Desenvolvimento pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo-SP.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

    Fontes:

    https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisador-alerta-sobre-transtorno-bipolar-e-comportamento-suicida-na-adolescencia

    https://www.psicoactiva.com/blog/trastorno-bipolar-en-la-adolescencia-como-podemos-detectarlo/

    https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/transtorno-bipolar

    https://hospitalsantamonica.com.br/transtorno-bipolar-entenda-o-que-e-e-como-identifica-lo/

    Organização Mundial da Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. (Trad.) Caetano D. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993.

    Fu-I L. Transtorno afetivo bipolar na infância e na adolescência. Rev Bras Psiquiatr2004; 26 (supl III):22-6.

    Moreno RA. Moreno DH. Da psicose maníaco-depressiva ao espectro bipolar. São Paulo: Segmento Farma, 2005.

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