Neste dia sagrado da Festa da Transfiguração do Senhor, somos chamados a elevar nossos corações e mentes à glória divina, onde nosso Senhor Jesus Cristo se manifestou em esplendor diante de seus discípulos escolhidos. O Evangelho de Mateus (17, 1-9) nos conduz ao Monte Tabor, onde a face de Jesus brilhou como o sol, uma luz divina envolvendo-O em majestade.
Assim como outrora o Senhor se revelou a Moisés na sarça ardente e a Elias no sussurro suave, agora Ele se revela transfigurado aos olhos atônitos de Pedro, Tiago e João. Moisés e Elias, os pilares da antiga aliança, aparecem em gloriosa comunhão com o Messias, testemunhando a plenitude do cumprimento das Escrituras.
Pedro, em sua humana admiração, deseja construir três tendas para perpetuar aquele momento de êxtase espiritual. Mas, uma voz da nuvem luminosa, a voz do Pai Celestial, ressoa em suave trovão: “Este é o meu Filho amado, no qual Eu coloquei toda a minha complacência; ouvi-O!” A voz divina ecoa pelas eras, convocando-nos a ouvir e seguir as palavras e ensinamentos de Cristo, o Ungido.
A lição aqui é profunda e eterna. A Transfiguração é um vislumbre da glória por vir, um prelúdio da ressurreição vindoura. Mostra-nos que a estrada do discipulado é pavimentada com sacrifício, que o caminho para a glória passa pela Cruz. Da mesma forma que Cristo, nossa jornada espiritual exige aceitação do sofrimento redentor antes de alcançarmos a plenitude da alegria eterna.
Assim como Daniel vislumbrou o Ancião de Dias, repleto de majestade e justiça, também somos chamados a perceber a grandiosidade do Deus Altíssimo, que governa sobre o cosmos e que, no final dos tempos, estabelecerá Seu juízo divino sobre tudo o que existe.
Neste mês de vocações, quando nossos corações se voltam para discernir os chamados do Espírito, recordamos com profundo respeito os ministros ordenados, os pais que desempenham um papel tão vital, os religiosos que dedicam suas vidas ao serviço divino e os catequistas que transmitem a luz da fé às novas gerações.
Que, guiados pelo Espírito Santo, possamos abraçar nossa própria transfiguração interior, permitindo que a luz de Cristo brilhe através de nós. Como o ancião Daniel e os profetas de outrora, que fomos chamados a viver uma vida de serviço e adoração, preparando-nos para o grande dia da revelação final, quando o véu se erguerá completamente e veremos a glória de Deus face a face.
Enquanto contemplamos o mistério da transfiguração, sejamos levados a olhar além do véu que nos separa da eternidade. Deixemos que essa visão nos inspire a abraçar nossa própria cruz com fé e coragem, sabendo que o amanhecer da glória eterna se aproxima. Amém.
Que as bênçãos do Altíssimo estejam sobre todos nós, capacitando-nos a ouvir e seguir a voz do Senhor, enquanto trilhamos o caminho da cruz em direção à eterna glória que nos aguarda.
Saudações em Cristo!
