Terceiro domingo da páscoa

    A Páscoa é o grande momento do nascimento da Igreja. A partir da experiência da ressurreição de Jesus, ergue-se o edifício da Igreja. Os apóstolos e os discípulos, que, em sua maioria haviam fugido assustados na hora da Paixão, sentem-se fortalecidos pela experiência de que Jesus, aquele que morreu na cruz, esta vivo. Mas não no sentido de que tenha voltado a nossa vida. Está vivo de uma maneira nova e mais plena. A morte já não tem poder sobre Ele. Ou melhor, Ele venceu a morte. Deus o ressuscitou. É o que se expressa de uma forma gloriosa no Apocalipse. O céu e a terra cantam seus louvores àquele que venceu a morte; “Digno é o cordeiro imolado de receber honra e glória”.
    O encontro com Jesus se deu quando os discípulos, desanimados – tudo parecia haver terminado no momento da morte de Jesus, já não havia lugar para mais sonhos nem ilusões – voltaram a seus antigos trabalhos. Outra vez as redes e a pesca no lago. Outra vez as noites de trabalho e o retorno à praia com as redes vazias e o corpo cansado. No entanto, acontece o impensável. Uma figura familiar está na praia. Sugere-lhes que lancem a rede do outro lado da barca. Desta vez, a rede fica cheia. Os discípulos sentem medo, mas sabem que a figura familiar é Jesus. Não há dúvida. Quando retornam à margem, Jesus os aguarda com o fogo aceso e a refeição preparada. Bendiz o pão e o reparte. E se encontram novamente comendo com Jesus, como tantas vezes quando percorriam os caminhos da Galileia, como naquela última ceia, quando Jesus lhes disse que sua morte era a condição para a Nova Aliança entre Deus e os homens, embora, naquela oportunidade, não tivessem entendido nada. Agora, começam a entender. Seu entendimento se abre. Se Jesus está vivo, quer dizer que todas as suas palavras eram verdadeiras. Outra vez seus corações se abrem para a esperança e os sonhos. Uma vez, Jesus lhes disse: “Sigam-me.”
    Por isso os discípulos não temem anunciar o Evangelho, a Boa Nova que Jesus ressuscitou e que seu Reino é uma promessa real. Não é uma fantasia, nem uma ficção. Vale a pena arriscar-se por Ele. Ainda que os chefes de seu povo lhes proíbam de falar sobre Jesus, não podem se calar.  Eles são testemunhas de que Deus “o exaltou, fazendo-o Senhor e Salvador”.
    Continuamos sendo as testemunhas do Ressuscitado no nosso mundo. Quando nos sentimos cansados, celebramos a Eucaristia e Jesus se faz pão abençoado, que nos dá força para continuarmos acreditando e proclamando o Evangelho, a alegria de nos sabermos salvos; a esperança de um futuro novo em fraternidade. E o compromisso para, aqui e agora, começarmos a viver o amor por nossos irmãos e irmãs.

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