Tempo de Confissão

    Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos (Sl 50)

     O tempo da Quaresma é um tempo propício para realizar a nossa confissão sacramental, a Igreja, que é sempre uma Mãe Misericordiosa, recomenda que ao menos uma vez ao ano nos confessemos por ocasião da Páscoa do Senhor. É claro que podemos nos confessar sempre que sentirmos necessidade, até recomendável uma vez ao mês ou a cada três meses. Neste tempo favorável temos a disponibilidade das confissões em nossas paróquias com grande número de sacerdotes para atender as pessoas em preparação para a Páscoa. Teremos também as 24 horas para o Senhor (8 e 9 de março) que é uma nova oportunidade de oração e confissão em nossas igrejas a pedido do Papa Francisco. Neste ano tem como tema “Caminhar numa vida nova” (Rm 6,4). São oportunidade além do atendimento normal que os padres dão em suas paróquias nos horários estabelecidos, além da visita e confissão dos enfermos.

    A confissão é a cura da alma e do Espírito, a confissão é como um remédio que nos cura interiormente. Para nos aproximarmos da Eucaristia e comungarmos temos que estar em estado de graça, ou seja, com a nossa confissão em dia. Temos que estar em estado de graça, sobretudo, para celebrarmos a Páscoa do Senhor. Na verdade, em toda missa celebramos a Páscoa semanal, por isso, devemos sempre estar preparados.

    Ao longo desse tempo quaresmal somos convidados e viver três práticas espirituais: Oração, Jejum e Caridade. Essas três práticas nos ajudam em nossa penitência propostas para esse tempo quaresmal. Até mesmo como forma de reparação de nossos pecados, ou a penitência dada pelo sacerdote após a confissão. Se estamos rezando pouco poderemos intensificar nossa vida de oração, praticar o jejum e abstinência de carne, e ainda se não somos caridosos o suficiente exercer a caridade.

    Para realizar uma boa confissão é necessário preparar-se bem antes, primeiramente podendo, se quiser, escrever os pecados num papel em casa para ajudar a lembrar na hora da confissão. Em segundo lugar chegar mais cedo na Igreja e antes de se dirigir ao confessionário pedir ao Espírito Santo a iluminação necessária para realizar uma boa confissão. Ainda nesse tempo quaresmal temos a oportunidade de participar das celebrações penitenciais que nos ajudam a examinar as nossas consciências para depois nos confessarmos de maneira auricular – ou seja – de maneira individual com o presbítero.

    Temos também a celebração penitencial como nos orienta o ritual próprio que nos prepara para a confissão e arrependimento, pois é uma preparação para depois nos confessarmos, ao final o sacerdote dá benção final e se dirige ao confessionário para aguardar aqueles fiéis que desejem se confessar de maneira auricular.

    Normalmente as paróquias realizam mutirão de confissões durante a Quaresma e disponibilizam vários sacerdotes e horários para confissão como já dissemos acima. Ao longo do período quaresmal procure a sua paróquia e veja qual dia e horário terá a confissão, ou senão, converse com o seu pároco e veja a disponibilidade dele em lhe atender, ou de outra maneira, vá antes ou após as missas diárias.

    Para que a confissão – cujo nome correto é sacramento da Reconciliação – tenha efeito e de fato recebamos o perdão de nossos pecados, é necessário o sincero arrependimento dos pecados e o propósito de não pecar mais. Não adianta nos confessarmos sem nos arrependermos de coração sincero dos pecados cometidos e nem ter no coração o desejo de não pecar mais. Somos humanos e pecadores, por isso sempre cometeremos algum pecado, é de nossa natureza. Por isso, é claro que não devemos apenas confessar no tempo favorável da Quaresma, mas ao longo do ano sempre que sentirmos necessidade, quem sabe mensalmente ou trimestralmente.

    Temos que confessar os pecados considerados graves ou mortais para que sejam perdoados, já os veniais são aqueles mais leves, que cometemos corriqueiramente no dia a dia e podemos pedir o perdão no ato penitencial durante a missa. Mas, nada impede de confessarmos os pecados veniais também. É prudente confessar-se com frequência, mesmo os pecados veniais, porque se recebe um dom da graça. E como já dissemos é necessário estar em estado de graça para se aproximar da Eucaristia, ou seja, livres de todo o pecado.

    A confissão tem que ser bem-preparada, não podemos fazê-la com pressa e sem nos prepararmos, pois tudo o que é feito com pressa não sai muito bem. Quem sabe podemos ir nos preparando para a confissão ao longo de uma semana, sempre à noite, examinando as nossas consciências e escrevendo num papel os pecados. Que os pais também possam ensinar aos filhos a importância da confissão e sobre estar sempre em estado de graça, sobretudo as crianças que estão na catequese, a partir dos nove anos.

    A confissão tem que ser de maneira auricular e diante do sacerdote, a absolvição geral só é permitida em caso de doença grave ou em caso de algum acidente com risco de morte e que envolva muitas pessoas, tendo um sacerdote presente ele profere a absolvição dos pecados. Por isso, ao longo da celebração penitencial não deve haver a absolvição geral, somente individual ao final da celebração.

    A confissão não é normalmente uma orientação espiritual e nem uma conversa, pois durante a confissão tem que ser direto, falar dos pecados cometidos e ouvir a orientação do sacerdote, se for oportuno, esperar a absolvição dos pecados e orientação de alguma penitência a ser praticada. A confissão não deveria ser um bate papo com o padre, podemos conversar com o padre ou mesmo pedir uma orientação espiritual depois, em outro momento e não no confessionário. Por isso, ao se preparar para a confissão temos de entender bem o que é a confissão, ela consiste em falar ao sacerdote de nossos pecados, não é orientação espiritual, bate papo e nem devemos falar do pecado dos outros, mas apenas os nossos pecados.

    A Igreja nos oferece vários textos penitenciais que podemos ler nesse período quaresmal e em preparação da nossa confissão, como por exemplo, alguns salmos, leituras do Antigo e do Novo Testamento. Essas leituras podemos meditar em casa ou na Igreja, durante os dias de semana ou antes da confissão.

    A confissão pode ser entendida como uma limpeza que fazemos em nossa casa, tem momentos que precisamos tirar a “poeira” para podermos respirar melhor e a casa ficar limpa. Com a confissão “limpamos” o nosso coração, varremos toda a “poeira” que nos impedia de sermos livres em Deus. É voltar a vestir a veste branca do batismo, agora lavada pelo sangue de Cristo. Por isso, não devemos esperar muito para nos confessarmos, a Igreja recomenda na Quaresma ou Advento, mas o ideal seria que nos confessássemos uma vez por mês, para a “poeira” não acumular dentro de nós e estarmos com o coração sempre limpo para Deus.

    Após realizar a confissão e o sacerdote dar a absolvição dos pecados, dirija-se à Capela do Santíssimo Sacramento e agradeça a Deus pela confissão realizada. Temos que sempre ser gratos a Deus, pois Ele sempre está pronto a nos perdoar. Do mesmo modo que temos que chegar antes na Igreja para nos prepararmos para a confissão, não podemos sair correndo depois, mas ficar na Igreja para agradecer a confissão realizada.

    Participemos desse importante sacramento da Igreja deixado por Jesus e realizemos a nossa confissão sacramental, abramo-nos ao perdão e a misericórdia de Deus. Ele é bom e compassivo e sempre está pronto a nos perdoar. Que possamos nos preparar bem para esse momento e quando chegar a Páscoa estarmos “limpos” perante Deus. Deus não se cansa de nos perdoar lembra sempre o Papa Francisco.

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