Te Deum Laudamus!

    No último dia do ano somos convidados a rezar ou cantar o hino Te Deum lucrando com isso a indulgência plenária: podemos nos perguntar: qual é o significado e a origem do Te Deum Laudamus? Na maioria dos países do Ocidente, neste dia, celebra-se o encerramento do ano civil. O acontecimento leva os fiéis a refletirem sobre o “mistério do tempo”, que corre veloz e inexorável. Isso provoca no seu espírito duplo sentimento: de arrependimento e de pesar pelas culpas, pecados e omissões e ocasiões de graça perdidas ao longo do ano que chega ao fim; e de gratidão pelos benefícios recebidos do Senhor.

    O Te Deum Laudamus “é um hino muito antigo, alguns atribuem até a Santo Ambrósio e Santo Agostinho, mas já no século VI, São Bento fez menção a este hino. Trata-se de um hino de louvor a Deus, de ação de graças. Este hino, que inicia com as palavras “Te Deum laudamos” (“a vós, ó Deus, louvamos”), tem um sentido trinitário porque menciona três pessoas, fazendo com que nós nos unamos aos anjos quando dizem: “A Ti aclamam todos os Anjos, os céus, todas as potestades, os querubins e os serafins”.

    Este hino é cantado em geral (tem exceções) aos domingos e solenidades no final do Ofício das Leituras da Liturgia das horas e, de modo especial, na tarde do último dia do ano (31), no final das Primeiras Vésperas ou da Missa das Vésperas da Solenidade da Santa Mãe de Deus. Antigamente, esta celebração era comum. Queremos também recordar as palavras do três últimos Papas sobre este magnânimo hino-oração.

    O grande e magno São João Paulo II ensina que: – “Te Deum laudamus! Sim, louvamos-te, ó Pai, Senhor do céu e da terra. Agradecemos-te porque enviaste o teu Filho, que se fez um pequeno Menino, para dar plenitude ao tempo. Isto foi do teu agrado (cf. Mt 11, 25-26). Nele, teu Filho unigênito, Tu abriste para a humanidade o caminho da salvação eterna. Elevamos a ti a nossa solene ação de graças pelos inúmeros benefícios que concedeste ao longo deste ano. Louvamos-te e damos-te graças, juntamente com Maria, “que ofereceu ao mundo o Autor da Vida” (Antíf. lit.)” (Retirado do site: 31 de dezembro de 2003, Te Deum | João Paulo II (vatican.va). Acesso: 30/12/2023).

    O saudoso e sempre lembrado Papa Bento XVI, em sua saudosa memória cujo dia de hoje, dia 31 de dezembro de 2023, celebramos a sua partida e encontro com o Senhor da Vinha disse: “O Te Deum que elevamos ao Senhor esta tarde, no final de um ano solar, é um hino de ação de graças que inicia com o louvor — “Nós vos louvamos, ó Deus, nós vos proclamamos Senhor” — termina com uma profissão de fé — “Vós sois a nossa esperança, não seremos eternamente confundidos”. Qualquer que tenha sido o andamento do ano, fácil ou difícil, estéril ou rico de frutos, nós damos graças a Deus. Com efeito, no Te Deum está contida uma sabedoria profunda, aquela sabedoria que nos leva a dizer que, apesar de tudo, existe o bem no mundo, e este bem está destinado a vencer graças a Deus, o Deus de Jesus Cristo encarnado, morto e ressuscitado. Sem dúvida, às vezes é difícil compreender esta realidade profunda, uma vez que o mal faz mais ruído do que o bem; um homicídio atroz, violências difundidas e graves injustiças fazem notícia; ao contrário, os gestos de amor e de serviço, o cansaço cotidiano suportado com fidelidade e paciência permanecem muitas vezes na sombra, não sobressaem. Também por este motivo, não podemos deter-nos apenas nas notícias, se quisermos compreender o mundo e a vida; devemos ser capazes de parar no silêncio, na meditação, na reflexão calma e prolongada; devemos saber parar para pensar. Deste modo, a nossa alma pode encontrar a cura para as inevitáveis feridas da vida diária, pode penetrar profundamente nos acontecimentos que se verificam na nossa vida e no mundo, e chegar àquela sabedoria que permite avaliar as coisas com um novo olhar. Sobretudo no recolhimento da consciência, onde Deus nos fala, aprendemos a considerar verdadeiramente as nossas próprias ações e também o mal presente em nós e ao nosso redor, para empreender um caminho de conversão que nos torne mais sábios e melhores, mais capazes de gerar solidariedade e comunhão, de vencer o mal com o bem”. (Retirado do site: 31 de dezembro de 2012: Celebração das Vésperas e Te Deum de agradecimento | Bento XVI (vatican.va). Acesso: 30/12/2023).

    O amado Papa Francisco vaticina que: “A Igreja em muitas ocasiões sente a alegria e o dever de elevar o seu cântico a Deus com estas palavras de louvor, que desde o quarto século acompanham a oração nos momentos importantes do seu peregrinar terreno. É a alegria do agradecimento que quase espontaneamente promana da nossa oração, para reconhecer a presença amorosa de Deus nos acontecimentos da nossa história. Ela tem necessidade de se reforçar com a companhia de todo o povo de Deus, que em uníssono faz sentir o seu cântico de agradecimento. Por isso, no Te Deum pedimos a ajuda aos Anjos, aos Profetas e a toda a criação para louvar ao Senhor. Com este hino percorremos de novo a história da salvação na qual, por um misterioso desígnio de Deus, encontram lugar e síntese também as várias vicissitudes da nossa vida deste ano que está a findar”. (Retirado do site: Celebração das Vésperas e Te Deum de agradecimento (31 de dezembro de 2015) | Francisco (vatican.va). Acesso: 30/12/2023).

    O ano de 2023 foi um ano de muitas guerras: Ucrânia x Rússia; Israel x Palestina. Precisamos rezar pela paz! Que seja um tempo de paz, particularmente, pelas crianças que sofrem com as guerras. Por outro lado, queremos cuidar da Casa Comum com atitudes concretas para que o clima não piore mais, com tantas catástrofes que são oriundas do desequilíbrio da natureza. Clama ao céu a fome que grande parcela da população mundial passa. Vamos produzir menos armas e alimentar mais as nações. Outra chaga que clama ao céu é a falta de moradia para tantas pessoas e o descaso com o saneamento básico, tão necessário como um bem universal. Por fim, não menos preocupante, é a violência urbana e as suas facetas de lutas por poder e dinheiro sufocando as populações mais pobres. Estas chagas precisam ser curadas pelo Príncipe da Paz, Jesus, que nascendo verdadeiramente no coração dos homens e das mulheres de boa vontade superarão todas estas situações que precisam ser modificadas.

    Queremos, para o ano da graça de 2024, muita paz. No interno da vida da Igreja Arquidiocesana de São Sebastião do Rio de Janeiro continuamos com o nosso Sínodo Arquidiocesano sobre as Missões que concluirá no dia 8 de junho do Ano Santo de 2025. Em clima de celebração, reflexão e oração, toda a Igreja Arquidiocesana é convidada a revisitar e a fazer ecoar, de modo especial, o Documento de Aparecida, fruto da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho (V Celam), que aconteceu de 13 a 31 de maio de 2007, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP).

    Agradeço, de coração, todo o empenho pastoral, missionário e evangelizador de todo o clero, religiosos, religiosas, consagrados, consagradas, seminaristas e o amado Povo de Deus que fez o Reino de Deus acontecer em nossa Amada Arquidiocese.

    Desejamos que este hino se faça presente em nossa vida e que a nossa vida seja um eterno glorificar ao Senhor. Que o ano de 2024 possa ser cheia de graças e bênçãos.

    Te Deum: “Nós Vós Louvamos, ó Deus, Nós Vos bendizemos, Senhor. Toda a terra Vos adora, Pai eterno e omnipotente. Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, os Querubins e os Serafins. Vos aclamam sem cessar: Santo, Santo, Santo, Senhor. Deus do Universo, o céu e a terra proclamam a vossa glória. O coro glorioso dos Apóstolos, a falange venerável dos Profetas, o exército resplandecente dos mártires canta os vossos louvores. A santa Igreja anuncia por toda a terra a glória do vosso nome: Deus de infinita majestade, Pai, Filho e Espírito Santo. Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, Filho do Eterno Pai, para salvar o homem, tomastes a condição humana no seio da Virgem Maria. Vós despedaçastes as cadeias da morte e abristes as portas do céu. Vós estais sentado à direita de Deus, na glória do Pai, e de novo haveis de vir para julgar os vivos e os mortos. Socorrei os vossos servos, Senhor, que remistes com vosso Sangue precioso; e recebei-os na luz da glória, na assembleia dos vossos Santos. Salvai o vosso povo, Senhor, e abençoai a vossa herança; sede o seu pastor e guia através dos tempos e conduzi-o às fontes da vida eterna. Nós Vos bendiremos todos os dias da nossa vida e louvaremos para sempre o vosso nome. Dignai-Vos, Senhor, neste dia, livrar-nos do pecado. Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós. Desça sobre nós a vossa misericórdia, porque em Vós esperamos. Em Vós espero, meu Deus, não serei confundido eternamente” (Retirado do site: Te Deum – As orações – Vatican News. Acesso: 30/12/2023).

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