Solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos

    “De todos os temores me livrou o Senhor Deus” (Sl 33/34)

    Celebramos neste 13º domingo do tempo comum, a Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, considerados as colunas da Igreja. A Pedro, Jesus confiou a sua Igreja e lhe deu as “chaves” do Reino. Após a morte e ressurreição de Jesus, Pedro dá continuidade a tudo aquilo que o Mestre ensinou. Guiado pelo Espírito Santo, transmite a Palavra de Deus, assiste os pobres, serve às viúvas e consagra a Eucaristia. O Espírito Santo é o advogado, o intercessor, e é por meio d’Ele que Jesus continua presente na Igreja.

    Paulo, considerado o último dos apóstolos — como ele mesmo afirma —, de perseguidor da Igreja de Cristo se torna seguidor. É chamado o apóstolo dos gentios, pois evangelizava os pagãos. Percorreu diversas partes do mundo levando o amor de Deus. Ele nos ensina a anunciar a Palavra de Deus incansavelmente onde estivermos e a ouvirmos a voz do Espírito Santo.

    Neste domingo, comemoramos também o Dia do Papa, pois Pedro é o primeiro Papa da Igreja. O Papa Leão XIV é o sucessor de Pedro. Por isso, neste Domingo, rezemos pelo Papa Leão e por sua missão à frente da Igreja de Cristo. Que o Espírito Santo possa conduzi-lo e, com sabedoria e esperança, o Papa nos ensine a nunca vacilarmos na fé e, juntos, construirmos um mundo mais justo e fraterno.

    Neste domingo, somos ainda convidados a contribuir com a Coleta do Óbolo de São Pedro, ou seja, uma ajuda que todos os fiéis são chamados a oferecer em favor da missão do Papa.

    A Igreja no Brasil tem permissão da Santa Sé para celebrar essa solenidade no domingo seguinte, caso o dia 29 de junho caia durante a semana. Neste ano, porém, o dia 29 cai justamente em um domingo. A prática visa permitir que um maior número de fiéis participe da celebração, já que no Brasil o dia de São Pedro não é feriado.

    Rezemos de modo especial neste dia pela Igreja e por suas necessidades. Rezemos pelo Papa Leão XIV, por todos os bispos, padres e diáconos, e para que nunca faltem pessoas dispostas a colaborar na missão de anunciar o Evangelho. Peçamos, de modo especial, ao Espírito Santo que nunca desampare a Igreja, pois é graças à sua ação que ela consegue superar as adversidades e permanece de pé há mais de dois mil anos.

    Estamos, inclusive, vivendo o Ano Jubilar da Esperança, recordando os dois mil e vinte e cinco anos do nascimento de Jesus. Que esse jubileu reacenda, em toda a Igreja, o vigor missionário e a chama da esperança em um mundo melhor, sem violência e sem guerras.

    A primeira leitura desta solenidade é dos Atos dos Apóstolos (At 12,1-11). Herodes começou a perseguir com mais veemência a Igreja de Cristo e seus seguidores. Mandou matar, à espada, Tiago, irmão de João; e, vendo que isso agradava aos judeus, mandou prender também a Pedro. Eram os dias dos Pães Ázimos. Depois de prender Pedro, Herodes colocou quatro grupos de soldados para vigiá-lo, com quatro soldados em cada grupo. Sua intenção era apresentá-lo ao povo depois da festa da Páscoa.

    Enquanto Pedro estava preso, a Igreja rezava continuamente por ele — do mesmo modo que, hoje, somos chamados a rezar pelo Papa Leão XIV. Quando Herodes estava prestes a apresentá-lo, naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes, e os guardas vigiavam a prisão. O anjo do Senhor apareceu, iluminou a cela e tocou no ombro de Pedro. Ao acordar, o anjo disse-lhe que se levantasse, vestisse sua capa e calçasse as sandálias. Pedro obedeceu, e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo.” Pedro o acompanhou, ainda sem acreditar, imaginando que fosse uma visão. Seguiu o anjo e logo se viu fora da prisão. Andaram por uma rua, e então o anjo o deixou. Pedro caiu em si e disse que, de fato, o Senhor enviara um anjo para libertá-lo da prisão e do poder de Herodes.

    O mesmo acontece nos dias de hoje: o Senhor acompanha a Igreja em suas necessidades e envia seus anjos para nos livrar do mal. É Ele quem sustenta sua Igreja, apesar dos ventos contrários que sopram contra ela. A Igreja é santa porque foi fundada por Cristo, mas é pecadora porque é formada por homens. Ainda assim, o Espírito Santo a fortalece e a renova; e, mesmo após momentos de tribulação, ela se levanta mais forte para levar adiante a Palavra de Deus.

    O Salmo responsorial é o 33(34), cujo refrão diz: “De todos os temores me livrou o Senhor Deus.” Como vimos na primeira leitura, o Senhor envia seus anjos para nos livrar de todo o mal. Ele está conosco e nos guia pelo caminho do bem. Confiemos em Deus e no seu projeto de vida para nós, acreditando que Ele nos livra de todo mal.

    A segunda leitura é da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 4,6-8.17-18). Paulo já estava nos seus últimos momentos de vida, mais velho e preso, e trocava cartas com Timóteo. Dizia que já havia combatido o bom combate, guardado a fé, e aguardava a coroa da justiça, ou seja, a vida eterna. Paulo afirma que o Senhor sempre esteve com ele e que foi libertado da boca do leão. Ele faz um agradecimento a Deus e, diante da morte iminente, confia que o Senhor lhe concederá o Reino Celeste.

    Que possamos, como Paulo, ao final de nossa vida terrena, escrever uma carta de ação de graças a Deus, esperando alcançar a vida eterna e podendo dizer: “Combati o bom combate, guardei a fé.” Que deixemos boas lembranças a nossos parentes e amigos, e vivamos bem a nossa fé aqui na Terra, para depois vivê-la de modo definitivo no Céu.

    O Evangelho desta solenidade é de Mateus (Mt 16,13-19). Nele acompanhamos a profissão de fé do apóstolo Pedro. Jesus pergunta aos discípulos quem dizem os homens que é o Filho do Homem. Eles respondem: uns dizem João Batista, outros Elias ou algum dos profetas que teria ressuscitado. Jesus já sabia disso, mas queria ouvir uma resposta diferente de seus discípulos — aqueles que conviviam com Ele e já podiam perceber quem realmente era.

    Pedro toma a palavra e diz: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Jesus elogia Pedro e diz que não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o próprio Pai. Então, declara: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.” A partir daquele momento, Pedro receberia as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ele ligasse na terra seria ligado no céu, e tudo o que desligasse na terra seria desligado nos céus.

    Essa mesma resposta que Pedro deu, nós também podemos dar. Jesus nos pergunta: “Quem sou Eu para vocês?” E nossa resposta, nascida da oração e da intimidade com Deus, deve ser: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.”

    Celebremos com alegria esta Solenidade de São Pedro e São Paulo. Peçamos a Deus que o Espírito Santo continue a iluminar a Igreja e que o poder do inferno jamais prevaleça sobre ela. A Igreja Católica Apostólica Romana permanece firme, sustentada pelo Espírito Santo e fundamentada sobre o apóstolo Pedro, mesmo diante de todos os ventos contrários.

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