Solenidade de São Pedro e São Paulo

    “Tu és o Messias, o filho do Deus vivo” (Mt 16, 16).

     Celebramos neste domingo a Solenidade de São Pedro e São Paulo, dois pilares da Igreja Católica: Pedro o primeiro Papa da Igreja que conduz o início da igreja primitiva; e Paulo, considerado o apóstolo dos gentios, grande missionário para quem Deus fez grandes coisas na vida.

    O dia de São Pedro é celebrado em 29 de junho, mas a Igreja, no Brasil, transfere essa solenidade para o domingo seguinte. Isso acontece para que um número maior de pessoas possa participar da celebração e para que a data não passe desapercebida. A Solenidade de São Pedro e de São Paulo fecha o mês de junho, quando celebramos outros dois santos importantes: Santo Antônio, no dia 13, e a natividade de São João Batista, no dia 24.

    O dia de São Pedro é também o dia do Papa, justamente por Pedro ter sido o primeiro Papa da Igreja. Esse é o dia de rezar pelo Papa e por sua missão e também dia de fazer a sua generosa doação do Óbolo de São Pedro, na hora do ofertório, ou seja, o dinheiro será encaminhado diretamente para a Santa Sé e o Papa o usará para suprir as necessidades de evangelização da Igreja, bem como para socorrer as catástrofes mundo afora, com a caridade pontifícia. Fazer a doação do Óbolo de São Pedro é sinal de pertença e de adesão à solicitude do sucessor de Pedro.

    Inspirados pelo Espírito Santo, somos enviados a anunciar o Evangelho do mesmo modo que Pedro e Paulo tanto fizeram. O mundo de hoje precisa que a boa notícia do Evangelho seja espalhada. Todo católico, batizado, é chamado a ser discípulo e missionário de Jesus Cristo, do mesmo modo que Pedro e Paulo foram. Temos que ir atrás daqueles que foram batizados e que nos dias de hoje não frequentam mais a Igreja, para que retornem ao “primeiro amor”.

    Elevemos uma prece de gratidão a Deus no dia de hoje por São Pedro e São Paulo terem tido a coragem de anunciar o Evangelho e ajudado a edificar a Igreja de Jesus Cristo. Rezemos na Eucaristia de hoje pelo Papa Francisco, sucessor de Pedro, para que tenha coragem e saúde para anunciar o Evangelho e edificar a Igreja de Cristo. Rezemos também pelos bispos, sucessores dos apóstolos.

    A primeira leitura da missa desta solenidade é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 12,1-11). Estava acontecendo uma perseguição contra os primeiros cristãos, sobretudo aos apóstolos. Herodes havia mandado prender alguns membros da Igreja para torturá-los, e ainda mandou matar a espada Tiago, irmão de João. Herodes fazia isso porque isso agradava aos judeus. Da mesma forma, mandou prender a Pedro. Herodes colocou Pedro na prisão guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um, para que ele não conseguisse escapar. Herodes tinha a intenção de apresentar Pedro ao Povo após a festa da Páscoa.

    Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente por ele, do mesmo modo que, nos dias de hoje, somos convidados a rezar pelos cristãos perseguidos espalhados pelo mundo. Isso mostra a comunhão que todos tinham com Pedro, do mesmo modo que, atualmente, todos os fiéis devem estar em comunhão com o Papa e rezando por ele.

    Como por um milagre de Deus, na noite anterior a qual ele seria apresentado ao povo, o anjo do Senhor do tocou o ombro de Pedro, o acordou e disse para ele levantar-se depressa. As correntes caíram das mãos e o anjo disse para ele colocar a sandália, vestir a capa e acompanhá-lo. Pedro, achando que era uma visão, de repente se viu na rua, longe da prisão. Pedro caiu em si e percebeu que Deus enviou o anjo para libertá-lo. A mão de Deus estava com Pedro e com a Igreja e, do mesmo modo nos dias de hoje, as mãos de Deus, através do Espírito Santo, continuam sustentando a Igreja e o Papa. Os fiéis são convidados a continuar a rezar constantemente pela Igreja para que ela continue no mundo de hoje a missão de Jesus Cristo.

    O salmo responsorial é o 33 (34). Esse salmo diz em seu refrão: “De todos os temores me livrou o Senhor Deus”. Em resposta a primeira leitura, assim como Deus libertou Pedro do poder de Herodes, Ele também nos livra de todos os males. Peçamos com confiança ao Senhor, acreditando que vai acontecer, que Ele nos atenderá.

    A segunda leitura é da carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 4,6-8.17-18). Paulo já está perto de partir para a vida eterna. Está em Roma, preso. Por isso, Ele diz: “Combati o bom combate, guardei a fé”. Ele diz que o Senhor esteve ao seu lado em todos os momentos, nos bons e nos difíceis. Deus fez grandes coisas na vida de Paulo, sobretudo em seu processo de conversão. O Senhor chamou Paulo para uma grande missão. Ele, com coragem, abraçou essa missão e ao chegar ao final da vida com a certeza de que Deus lhe libertou de todos os pecados. Paulo é uma das colunas da Igreja e temos que aprender com ele a sermos missionários.

    O evangelho desse domingo é de Mateus (Mt 16, 13 -19). Nesse evangelho, é revelada a identidade de Jesus. Ele pergunta aos discípulos quem dizem aos homens ser o Filho do homem. Jesus já sabia o que as pessoas diziam, mas Ele esperava ouvir dos discípulos uma resposta diferente, não o que as pessoas já diziam a respeito dele.

    Os discípulos dizem que alguns acham que Ele é João Batista, outros que é Elias, outros ainda que é Jeremias ou alguns dos profetas. Jesus, esperando deles uma resposta diferente por sua convivência diária, pergunta para eles: “E vós quem dizeis que eu sou”? (Mt 16,15). Simão Pedro responde: “Tu és o Messias, o filho do Deus vivo” (Mt 16, 16).

    Essa é a resposta que Jesus queria ouvir dos outros discípulos, pelo fato deles conviverem diariamente com Ele. Essa resposta que Pedro deu não foi um ser humano que revelou a Ele, mas foi o próprio Deus, através da oração. É na oração que Deus se revela a nós e a oração é um diálogo, ou seja, falamos e deixamos Deus falar — e quando Ele fala conosco, Ele se revela para nós.

    A partir desse momento, Jesus diz que Pedro era feliz por ter dado essa resposta e que, a partir daquele momento, lhe seria entregue as chaves do Reino dos Céus e que ele era a pedra na qual Jesus edificaria a Igreja. Esse Evangelho vem a calhar agora, justamente por Pedro ser o primeiro Papa da Igreja e hoje ser a Solenidade de São Pedro e de São Paulo.

    Celebremos com alegria a solenidade de São Pedro e de São Paulo e rezemos ao Senhor pedindo a iluminação do Espírito Santo, para que possamos dar a mesma resposta que Pedro deu a Jesus, quando Ele nos perguntar: “Quem dizem os homens ser o filho do homem”?

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