Celebramos, no primeiro dia e domingo do ano da graça de 2023, a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus. Com essa solenidade encerra-se o período da oitava do Natal, mas o tempo do Natal segue até a festa do Batismo do Senhor. Nem sempre a solenidade de Santa Maria Mãe de Deus ocorre aos domingos, depende do calendário do ano, esse ano acontece em um domingo.
Essa solenidade pode ser celebrada depois da tarde do sábado, como acontece sempre, no sábado já celebramos as vésperas do domingo. Por isso, se caso for na missa no sábado à noite já será celebrada essa solenidade. A festa da Sagrada Família que normalmente é celebrada no domingo seguinte ao Natal, esse ano é celebrada na sexta-feira, dia 30/12. No dia 8 de janeiro será celebrada a festa da Epifania e, dia 9 de janeiro, encerra-se o tempo do Natal com a festa do Batismo do Senhor.
Dessa forma, a Igreja vai contemplando os mistérios da vida de Cristo e cada momento que Ele passou quando esteve entre nós. Deus se manifestou ao ser humano na forma de um menino, depois recebeu o batismo para nos ensinar que nós também devemos nos batizar e receber os dons do Espírito Santo e por fim, Ele inicia a sua vida pública ensinando e pregando o Reino de Deus.
Mãe de Deus é um dogma da Igreja, ou seja, uma verdade de fé que a Igreja apresenta aos fiéis para que acreditem. O dogma da Mãe de Deus é o mais antigo que existe, dentre os outros três que existem. Esse dogma foi promulgado no Concílio de Éfeso, em 431. Algumas pessoas estavam colocando em dúvida as duas naturezas de Jesus, ou seja, Ele é humano e divino e algumas pessoas colocavam isso em dúvida. No Concílio foi definido que Ele tem as duas naturezas e, consequentemente, Maria, por ser a Mãe do filho de Deus e por ele possuir as duas naturezas, Ela é a mãe de Deus. O termo “Mãe de Deus” vem do grego (Theotókos), afirmando que Jesus Cristo possui as duas naturezas, Ele é plenamente humano e divino.
A primeira leitura da missa deste domingo é do livro dos Números (Nm 6, 22-27). O Senhor fala a Moisés, para que ele possa dizer a Aarão e aos seus filhos, como eles devem abençoar os seus filhos e parentes. A benção que vem de Deus nos dá forças para seguirmos em frente e enfrentarmos as lutas diárias. Hoje em dia perdeu-se o costume de pedir a benção aos pais, avós e madrinhas. Esse é um costume que vem desde o Antigo Testamento e não devemos deixar com que essa tradição se perca. Ao dizer “Deus te abençoe” ao próximo, estamos desejando coisas boas a ele e que tudo o que ele fizer naquele dia, Deus o abençoará. Ensinemos novamente as gerações que estão surgindo a importância de pedir a benção e manter viva a nossa tradição. Que a benção do Senhor nos acompanhe ao longo desse ano e possamos ter muita paz.
O salmo responsorial é o 66 (67), e o refrão do salmo é a resposta daquilo que ouvimos na primeira leitura e o salmista pede que o Senhor nos dê a sua graça e a sua benção. Que todos os homens possam conhecer os caminhos do Senhor e descobrir que somente a paz pode construir um mundo melhor. Que Deus nos dê a graça de estarmos em paz com Ele, com o nosso próximo e com os nossos irmãos de comunidade.
A segunda leitura da missa desse domingo é da carta de São Paulo aos Gálatas (Gl 4, 4-7). Paulo diz à comunidade de Gálatas que no momento oportuno, Deus enviou o seu filho ao mundo, nascido de uma mulher e sujeito à lei humana. Ele assumiu a condição humana para ensinar a humanidade o caminho do amor e da fraternidade. Ensinou a importância de construirmos aqui na terra o reino de Deus para vive-lo de maneira plena no céu. Ele é o herdeiro e nós somos os co-herdeiros da graça.
O Evangelho da missa é de Lucas (Lc 2, 16-21), e o trecho do Evangelho de Lucas que ouvimos retrata quando os pastores foram a Belém encontrar-se com Maria e José com o intuito de adorar o menino Deus. Eles contaram tudo aquilo que ouviram a respeito do Menino e todos ficaram admirados. Maria, porém, guardava e conservava tudo em seu coração.
Os pastores voltaram louvando e glorificando a Deus por tudo o que viram e ouviram, conforme o anjo lhes havia dito. O Menino que havia nascido veio para ser o rei de Israel e ensinar a humanidade que somente o amor pode construir um mundo mais justo e fraterno. O Messias nasceu pobre e humilde, para confundir os ricos e ensinar a eles que a riqueza não salva, mas o amor e a solidariedade.
José e Maria, ao completar-se o tempo previsto, levaram o Menino para circuncidar-se e deram-lhe o nome de Jesus, como havia sido predito pelo anjo. Nesse domingo, rendamos graças a Deus, por ter enviado o seu Filho Jesus e permitido que Ele nascesse de um ventre materno. Nesse dia, peçamos a Virgem Maria que nos proteja e nos guarde e que da mesma forma, possamos guardar e conservar tudo em nosso coração e fazer sempre a vontade de Deus.
Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós.