Enviai o vosso Espírito, Senhor e da terra toda a face renovai! (Sl 103/104)
Celebramos neste domingo a Solenidade de Pentecostes, cume e fechamento do tempo pascal. Após termos vivido a semana ou novena, e, na noite anterior, também tivemos a novena de Pentecostes. Nesse domingo, como prometido, Jesus sopra sobre os discípulos o Espírito Santo e os envia em missão e permanece junto com a Igreja até aos dias de hoje, por meio do Espírito Santo.
A partir do envio do Espírito Santo, nasce a Igreja primitiva e os apóstolos continuam tudo aquilo que Jesus pregou e ensinou. Aos poucos, a Igreja foi tomando forma, até chegar ao que conhecemos hoje e Jesus está presente na Palavra e em todos os sacramentos. É por meio do Espírito Santo que temos a Eucaristia e é por meio do Espírito Santo que obtemos o perdão dos pecados. Todos nós, batizados e batizadas, somos discípulos e missionários do Senhor e enviados por Ele, a sermos sal na terra e luz no mundo.
Na celebração de hoje, o Círio Pascal é apagado! Depois de 50 dias do tempo pascal ele ficou aceso em todas as celebrações. A partir de agora, o Círio Pascal será aceso nas celebrações de batismos, crisma e primeira eucaristia, além das missas de exéquias. Será colocado ao lado da pia batismal. O Círio Pascal deve durar por um ano, da Vigília Pascal de um ano até a Vigília Pascal do outro ano. Na segunda-feira após Pentecostes, inicia a segunda parte do tempo comum, com a cor litúrgica verde, que irá até a Solenidade de Cristo Rei.
Na solenidade de hoje, o rito do ato penitencial é feito por aspersão, recordando que fomos regenerados pelas águas do batismo e por meio da água e do Espírito Santo obtemos o perdão dos pecados. Ainda na celebração de hoje, tem a solene e bela sequência após a proclamação da segunda leitura, antes da aclamação ao Evangelho. Esses dois ritos na celebração acontecem também nas grandes solenidades, como Páscoa, Pentecostes e Natal.
A primeira leitura deste domingo é do livro de Atos dos Apóstolos (At 2, 1-11). No dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar, de repente, veio do céu um barulho, como se fosse um vento forte que encheu a casa onde eles se encontravam. Isso aconteceu porque Deus os chamava para a missão, eles não deveriam ficar parados em casa, mas por meio da força Espírito Santo deveriam sair para anunciar o Reino de Deus. O Espírito Santo pairou sobre cada um deles e eles começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes inspirava. O Espírito Santo agiu em cada um deles e o povo os escutava em suas próprias línguas. A fala do Espírito Santo é universal, ou seja, todos podem escutar e entender, porque é a fala do amor.
O salmo responsorial é o 103 (104), que diz em seu refrão: “Enviai o vosso Espírito, Senhor e da terra toda a face renovai!” É preciso pedir constantemente que Deus envie o Espírito Santo para que mude a atitude das pessoas e tenham mais amor no coração. A terra precisa ser renovada pela ação do Espírito Santo fazendo com que as pessoas tenham mais amor no coração e, ainda, que renove em nós a fé no Cristo ressuscitado.
A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 12, 3b-7.12-13). Paulo diz à comunidade que só é possível reconhecer Jesus como Senhor por intermédio do Espírito Santo. É o Espírito Santo que nos faz reconhecer Jesus na Eucaristia, é por meio do Espírito Santo que temos os nossos pecados perdoados e reconhecemos na pessoa do sacerdote o próprio Cristo. Cristo é a cabeça da Igreja e nós somos os membros, há diversos dons e ministérios na Igreja, mas tudo o que fizermos deve ser em nome de Cristo.
Após a segunda leitura, tem a sequência pascal. Nela está contida o significado de toda a celebração e aquilo que pedimos com fé nesse dia: “A nós descei, divina luz! Em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus”. Que o Espírito Santo nos encha com os seus dons e aumente sempre mais a nossa fé.
O Evangelho deste domingo é de João (Jo 20, 19-23). Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar que costumavam se reunir com Jesus e estavam todos trancados e com medo, tinham medo de que acontecesse com eles o mesmo que aconteceu com o Mestre. O medo nos aprisiona e não nos deixa sair do lugar, os discípulos precisavam sair e anunciar o Reino de Deus pregado por Jesus. O mesmo acontece conosco, não devemos ter medo de anunciar o Reino de Deus e ir, sobretudo, nas periferias de nossa cidade anunciar o amor de Deus.
De repente, o próprio Jesus se colocou no meio deles, sem precisar abrir as portas ou janelas, Ele deseja a paz aos discípulos que é a marca do ressuscitado. Após essas palavras, Ele mostra as mãos e o lado, com isso os discípulos se alegraram por verem o Senhor, até então eles o tinham visto de longe e cheio de feridas devido a tudo que passou.
Pela segunda vez, Jesus lhes deseja a paz e diz que do mesmo modo que o Pai o enviou, Ele também os envia. A partir daquele momento, Jesus os envia para que eles iniciassem a Igreja primitiva e lhes dá “poder” para que eles realizassem tudo aquilo que Ele fez. Esse “poder” não é nada mágico, mas é a força do Espírito Santo que os acompanharia. A partir desse momento, eles estariam preparados para dar continuidade ao que Jesus iniciou.
Jesus dá poder aos discípulos para perdoar os pecados, que é o que os sacerdotes fazem até aos dias de hoje. Por isso, toda vez que o sacerdote atende a confissão e perdoa o pecado é como se o próprio Cristo estivesse perdoando os nossos pecados, pois Ele transmite aos discípulos e agora aos sacerdotes o poder de perdoar os pecados.
Celebremos com alegria a solenidade de Pentecostes e peçamos que Espírito Santo venha com os seus dons sobre cada um de nós e renove a nossa fé. Ao mesmo tempo, peçamos que o Espírito Santo renove a vida da Igreja e que ela possa se manter de pé apesar dos ventos contrários. Peçamos sempre o auxílio do Espírito Santo quando tivermos que tomar alguma decisão difícil. Ele nos orientará a tomar a melhor decisão.
