Sobre o canto litúrgico

    O Concílio Vaticano II deixou uma norma valiosa “… a música sacra será tanto mais santa, quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica…” (SC 112c). E ainda: “Uma autêntica celebração exige também que se observe exatamente o sentido e a natureza próprios de cada parte e de cada canto…” (MS 6b).

    Portanto, a unidade litúrgica da celebração no seu todo ou em suas partes específicas devem ter cantos apropriados e que tenham nexo com o ato celebrado. Como se trata de um louvor a Deus, cumpre ensaios anteriores e, quando há um solista que este seja afinado, pois é também um tormento para os fiéis escutar certos  cantores. É preciso que os textos sejam aprovados pela autoridade competente, pois este articulista já captou erros e heresias em muitas letras.

    Há, por exemplo,  um canto que diz: “Hoje se a vida é tão ferida, deve-se a culpa e a indiferença dos cristãos”, o que é uma generalização errada. Uma outra letra prega claramente a empanação:
    “Quem está neste pão? Quem está neste vinho?” .É uma heresia, pois, após a consagração o pão e o vinho  são o corpo, sangue, alma e divindade de Jesus sob  os acidentes do pão e do vinho. É um erro dizer que Cristo está no pão e no vinho.  .

    Os letristas e compositores precisam penetrar fundo no mistério litúrgico, a fim de comporem textos e músicas que enriqueçam ainda mais o tesouro da eucologia cristã. Embora toda celebração deva ter cantos que exprimam o sentimento dos fiéis, por vezes, é melhor a leitura, por exemplo, do salmo responsorial do que apresentá-lo por elementos destituídos de um mínimo de harmonia musical.

    Além disto, no que tange o salmo responsorial ficar repetindo indefinidamente o refrão não é louvável, dado que não se pode simplesmente encher desnecessariamente o tempo destinado  à celebração.

    Nunca se exaltará demais o papel importantíssimo do canto na liturgia, mas, por isto mesmo, ele merece ser tratado com piedade, arte e solenidade, expressando a alegria de um povo que festeja o seu Deus ou as súplicas dolentes a Ele dirigidas. O canto deve exprimir a interioridade do coração daquele que crê. Em síntese o canto deve cooperar para o crescimento espiritual de todos.

    Há uma razão de ser em cada cântico. Corações voltados para o Ser Supremo a proclamarem suas maravilhas. Nunca se pode olvidar o mistério pascal de Jesus, o triunfador sobre a morte e o redentor querido de todos.

    A presença do Espírito Santo dever ser percebida a iluminar as mentes e a aquecer o ânimo de todos. Trata-se de uma comunidade unida numa só voz, demonstrando que a ventura existe para quem sabe louvar a Trindade Santa.

     

     

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