SÍNODO 2023: “SE QUEREMOS UMA IGREJA EM SAÍDA É PRECISO OUVIR OS QUE ESTÃO DENTRO, OS QUE ESTÃO FORA E AQUELES QUE NÃO PERTENCEM, MAS QUE A IGREJA QUER BUSCAR”

Membro da Equipe Nacional de Animação do Sínodo no Brasil, o secretário-executivo do regional Sul 2 da CNBB, padre Valdecir Badzinski, partilhou em vídeo algumas considerações sobre o processo de escuta da fase diocesana do Sínodo 2021-2023. Sua parte nos relatórios se dedicou à escuta.

“O mundo egocêntrico, individualista, consumista nos conduz a não mais ouvir. É o viver para mim, o cuidar de mim, então é um turbilhão de elementos que apareceram nos relatórios que são importantes para uma análise a partir da igreja, a partir da teologia, a partir da espiritualidade, e aqui há um elemento importante: a partilha é Jesus Cristo. Esse é o elemento essencial que a gente deve prever, uma reflexão sobre os fatos e os elementos do ouvir.

Ele salientou que a diferença entre a escuta e o ouvir é muito tênue. “Escutar é mais um fato, um elemento passageiro. Ouvir é uma interpelação mais profunda que mexe e exige uma reação, uma ação (…). São termos importantes, profundos, mas nem sempre são claros”, disse.

Segundo o padre, o que o Sínodo pede é que não só se escute, mas que se ouça. “Ouvir traz uma reação diante dos fatos que estão sendo reparados, então o caminhar juntos requer isso – estar junto com empatia, com atenção, com plenitude para que se possa promover uma reação”.

Foi constatado nos relatórios que os grupos de dentro da Igreja são mais escutados do que os de fora. Segundo o padre Valdeci isso é natural, uma vez que a Igreja é uma instituição muito densa, histórica, tradicional e doutrinal.

“Os grupos que estão dentro são mais escutados, no entanto, não é uma escuta plena; ainda é uma escuta parcial. E aqui tem uma diferenciação de quem são os consagrados e de quem são os leigos dentro da Igreja. Os leigos não são escutados ainda em sua plenitude”.

Os grupos que não são escutados ainda pela Igreja, segundo o padre, normalmente são os que tem um distanciamento da vida eclesial, vida de comunidade: “

“São aqueles que vivem à margem (os pobres), os indígenas, os ribeirinhos, a comunidade LGBTQIA+, os ciganos, os viajantes, os negros. E a outra instância seriam a das instituições – os governos, a política, empresa, escolas, universidades, ciência, tecnologia – onde o ouvir ainda é um pouco mais distante”.

Para o padre Valdeci o Sínodo realmente é um caminho a ser feito. “É preciso iniciar o processo e ir ao encontro. Se nós queremos uma Igreja em Saída, uma Igreja que busca, é preciso ouvir os que estão dentro, aqueles que estão fora e aqueles que não pertencem, mas que a Igreja quer buscar”, disse.

Veja o depoimento do padre na integra:

Entrevistas sobre a síntese das escutas das Igrejas Particulares

A Assessoria de Comunicação da CNBB produziu uma série de entrevistas com os membros da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil que estão sendo publicadas no portal e no canal do youtube da entidade. O documento com a síntese final, de 10 páginas, será apresentado ao episcopado brasileiro na 59ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, como parte do processo indicado pela Secretaria Geral do Sínodo 2023, antes de ser enviado à etapa continental.

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