O termo jubileu de origem hebraica deriva do costume de ser proclamado por um toque de trombeta. A palavra latina júbilo significa alegria, exultação, regozijo.
O sentido do jubileu no Antigo Testamento se acha no Livro do Levítico (Lv 25,6-10). Na Igreja católica o Jubileu é um ano no qual os fiéis são convidados a se converterem, a fazerem atos de piedade e se beneficiarem das graças das indulgências concedidas pelo Papa.
O Ano Santo Ordinário se dá em anos já estabelecidos pelo Vaticano.
O Ano Santo Extraordinário é proclamado como uma celebração especial. O Papa São João Paulo II proclamou o Jubileu para a comemoração dos 2000 anos do nascimento de Jesus.
O atual Papa Francisco promulgou o Jubileu da Misericórdia que terá início dia 8 de dezembro deste ano de 2015 e terá o seu término dia 20 de novembro de 2016.
Como acontece nos demais Jubileus. principiará com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro ao ensejo da solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
Esta Porta é aberta apenas durante um Ano Santo. Esta cerimônia significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação.
O Papa toca a Porta com um martelo três vezes enquanto diz: “Aperite mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino” – “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor”. Entoa-se o hino Te Deum e o Papa atravessa esta Porta com o Clero presente.
Todo Jubileu tem um significado profundamente espiritual e visa a santificação de todos os batizados.
O significado do Jubileu é levar a um aprofundamento da união com Deus e com o próximo. Nutre a fé e conduz o fiel a uma renovação do compromisso de ser um autêntico testemunho de Cristo.
No cerne do Jubileu está a metanoia, ou seja, o processo de conversão interior.
Na Bula Misericordiae Vultus de proclamação deste Jubileu Extraordinário da Misericórdia, datada de 11 de abril último, o Papa especificou uma das finalidades deste acontecimento: “Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos. Neste Jubileu, a Igreja sentir-se-á chamada ainda mais a cuidar destas feridas, aliviá-las com o óleo da consolação, enfaixá-las com a misericórdia e tratá-las com a solidariedade e a atenção devidas”.
Insistiu no perdão com estas palavras: “Tantas vezes, como parece difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: « Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento » (Ef 4, 26). E sobretudo escutemos a palavra de Jesus que colocou a misericórdia como um ideal de vida e como critério de credibilidade para a nossa fé: « Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia » (Mt 5, 7) é a bem-aventurança a que devemos inspirar-nos, com particular empenho, neste Ano Santo.
Cumpre refletir profundamente sobre estas orientações do Pastor Supremo da Igreja, já numa preparação para este ano de graças que terá início dia 8 de dezembro deste ano..
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.