Semana da Pátria

    A nossa nação está vivendo a Semana da Pátria. Os posicionamentos sobre a maneira de refletir, festejar e reverenciar a pátria são os mais variados. Penso que a indiferença em relação ao país seja a única postura não aceitável. O Brasil é o conjunto dos seus habitantes, das estruturas de governo e da sociedade civil, das variedades culturais, étnicas e religiosas, das riquezas naturais e dos diversos biomas. Também fazem parte o conjunto dos problemas que estamos vivendo.

    A pátria é maior e mais do que os poderes legalmente constituídos e as pessoas que ocuparam ou ocupam estes cargos. Estes são instrumentos para alcançar o fim, que é a promoção do bem comum, o progresso integral dos habitantes, o encaminhamento dos problemas e as suas soluções. É verdade que vivemos uma época de grande decepção com muitos dos que ocupam legalmente estes cargos, mas não são mais a autoridade moral. Há uma grave crise. Isto causa profunda indignação que deve gerar na sociedade uma reação proporcional ao problema.

    Cabem as perguntas: Qual país queremos construir? Temos um projeto de curto, médio e longo prazo para nação? Quais medidas, mesmo que duras, que devem ser tomadas para alcançarmos o objetivo? Certamente, não existe uma só maneira de ver o futuro e nem um só caminho para chegar lá.

    No ano 2000, para celebrar os 500 anos do início da evangelização no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – escreveu uma carta à sociedade brasileira e às comunidades católicas, intitulada: Brasil – 500 anos: Diálogo e Esperança. Retomo a parte que fala “construindo o futuro”, que apresenta sete compromissos que nascem da Doutrina Social da Igreja.

    1. “O primeiro compromisso de todos e de cada um – contra a atual tendência ao individualismo e ao corporativismo – é o de assumir efetivamente as próprias responsabilidades para com a comunidade local e a sociedade no seu conjunto. (…) Não se deve reduzir a democracia só às eleições, deixando que os eleitos tudo resolvam durante seu mandato”. Todos os cidadãos são corresponsáveis pelos rumos da nação.

    2. “Garantir as condições mínimas de subsistência, compatíveis com a dignidade da pessoa humana”. É a garantia da moradia, do saneamento básico, da saúde, da educação, da segurança, do emprego.

    3. Promover a justa distribuição de renda. Escreveu São João Paulo II: “Acima da lógica da troca e do lucro, existe algo que é devido à pessoa humana porque é pessoa, com base na própria dignidade”.

    4. Assegurar estruturas jurídicas adequadas para “combater a corrupção e a impunidade”.

    5. “Fortalecer a consciência ética” nas atividades públicas, na política partidária; mas também em cada indivíduo, seja nas relações públicas ou familiares.

    6. “Promover uma sociedade que respeite as diferenças”

    7. “Preservar o meio-ambiente” evitando a depredação da natureza.

    Enquanto analisamos criticamente o momento atual e seus sérios problemas, como cidadãos, não podemos perder a esperança e deixar de contribuir conforme as possibilidades e a própria responsabilidade.

    Artigo anteriorPalavra eficaz
    Próximo artigoO que é de Deus se respeita
    Arcebispo de Passo Fundo, dom Rodolfo Luís Webber ingressou em 1976 no Seminário Menor São João Vianney. Foi ordenado diácono em 17 de junho de 1990 e presbítero no dia 05 de janeiro de 1991, e bispo, em 15 de maio de 2009, para a prelazia de Cristalândia no Tocantins. Possui pós-graduação em Psicopedagogia e mestrado em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma. Durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB, dom Rodolfo Weber foi eleito secretário do regional Centro-Oeste.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here