São João Calábria – 04 de dezembro

“Fundador dos Pobres Servos e Pobres Servas da Divina Providência. Classificado por Pio XII como campeão da caridade evangélica

“Providencia existe, Deus é Pai e pensa em nós, sempre que nós pensamos nele e correspondemos buscando primeiro o Santo Reino de Deus e Sua justiça”. Era profunda a convicção de João, que experimentou claramente a Providência em sua vida e nela sustentou o carisma de suas fundações. Era o sétimo filho de uma família cristã humilde que beirava a pobreza e o acolheu com alegria quando ele nasceu em Verona, Itália, em 08 de outubro de 1873. Seu pai era um sapateiro e sua mãe ganhava a vida como empregada doméstica. A morte do pai se deu quando João era adolescente, atrapalhando sua carreira acadêmica, porque teve que trabalhar para ajudar a sustentar a família. Esta situação afetou o seu desempenho escolar.

Padre Scarpini, reitor de San Lorenzo, descobriu que o menino mostrava alguns traços de virtude que o tornava apto a iniciar os estudos eclesiásticos, e não poupou esforços para que ele entrasse no seminário. A situação financeira da família só lhe permitiu estudar como aluno externo, e assim permaneceu por três anos até cumprir o serviço militar. A madeira era de santo e nos quartéis foram capazes de constatar isso. Quando ele deixou o serviço militar, muitos, incentivados por ele, abriram os braços para Deus.

Algumas circunstâncias de sua vida, especialmente a experiência de precariedade que provou em sua curta existência e o gesto generoso e atencioso do padre Scarpini, juntamente com suas entranhas de misericórdia, se entrelaçaram em uma gelada noite frutífera de 1897, quando, após a visita aos doentes, encontrou uma criança em fuga na porta de sua casa tremendo de frio. Ele tinha 6 anos e parecia treinado para mendigar, possivelmente, foi sequestrado na região de Liguria. Embora realizadas as medidas legais necessárias, assessorado por Scarpini, ninguém se preocupou em encontrar a criança.

A pobreza, a solidão, a doença, o abandono… seriam para sempre realidades dramáticas que nunca deixariam o santo impassível. Em vez disso, dedicou a sua obra por tudo isso, sempre à procura de maneiras para aliviá-las, envolvendo seminaristas, sacerdotes e leigos. Naquela noite inesquecível em que ele descobriu a natureza de sua verdadeira vocação, abrigou a criança em sua própria casa. Alguns meses depois, ele fundou a “Pia União para a assistência dos pobres doentes”.

Desde 1901, ano em que foi ordenado sacerdote, junto ao trabalho pastoral que realizou na paróquia de Santo Estevão, na casa paroquial de São Benedito do Monte, os doentes, os idosos, os pobres e quem precisasse, recebia dele abundantes gestos de caridade. As fundações se multiplicavam enquanto a Providência acompanhava o seu trabalho incansável. Acolhia crianças abandonadas; enquanto tentava encontrar um centro de acolhimento digno para eles, sem sucesso. Em 1906, sua mãe teve o cuidado de atendê-los de forma tão intensa que ficou gravemente doente. João recorreu ao conde Francesco Perez. O aristocrata o olhou convencido de que ele era a pessoa certa para cuidar das crianças. Mas com sua mãe doente ele não sabia como poderia realizar esse trabalho. Ele implorou a Deus. Se fosse da Sua vontade que ele se ocupasse das crianças, o sinal seria a cura de sua mãe por pelo menos um ano. De repente, ela foi curada.

Em novembro de 1907 fundou o “Instituto Casa Buoni Fanciulli”, a este trabalho seguiu a fundação da “Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência”, formado por um grupo de pessoas que apoiavam a sua ação apostólica, compartilhando sua própria vocação, e o ramo feminino “Pobres Servas da Divina Providência”. Criou a “Cittadella della Carita”, a “Família dos irmãos externo” para os leigos, e foi incentivador de abrigos e hospitais.

Em 1934, estenderam o alicerce para a fundação em Vijayawada (Índia). Promoveu as vocações e o diálogo inter-religioso, abrindo um caminho ecumênico frutuoso com os protestantes, ortodoxos e judeus. Era um confessor extraordinário e não hesitou em arriscar a vida salvando pessoas em perigo, como uma médica hebreia ameaçada de morte pela perseguição nazista que salvou mantendo-a escondida entre as religiosas de sua fundação. Alguns dos agraciados, como esta mulher, enviaram cartas a Roma pedindo que ele fosse elevado aos altares.

João ofereceu a si próprio pela santificação da Igreja e a unidade dos cristãos e encorajou todos à experiência da vivência do rigor evangélico. Junto com sua proverbial caridade, estava sua profunda oração, viveu a gratuidade em tudo o que fez. Na verdade, ele queria que seus filhos fossem em missão para onde não existisse nada, humanamente, para recebe-los. Ele apenas pedia “humildade, ‘escondimento’ total, abandono por inteiro e total na Divina Providência; não pedir nada, rezar muito; que ninguém receba; proibiu todas as formas de publicidade; nenhum encontro de beneficência, reconhecimentos públicos, porque Deus não precisa dessas coisas e Ele cuida desta obra que é inteiramente sua. Buscamos almas, somente almas”.

Gravemente doente e sabendo que Pio XII estava morrendo, ele colocou sua vida aos pés do Pai por ele. Deus o ouviu. Ele faleceu dia 04 de dezembro de 1954, quando o pontífice reagiu e sobreviveu mais quatro anos. Sabendo do gesto de caridade que teve, Pio XII chamou-lhe de “campeão da caridade evangélica”. Por sua parte, o cardeal Schuster ordenou cunhar o epitáfio no túmulo de João que resume a grandeza e o impacto de sua admirável virtude e apostolado: “Resplandeceu como um farol luminoso na Igreja de Deus”. Foi beatificado por João Paulo II em 17 de abril de 1988 e canonizado em 18 abril de 1999.

Fonte: Zenit

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