Santo Inácio de Loyola

    Tudo para a maior glória de Deus”

    No dia 31 de julho celebra-se a memória litúrgica de Santo Inácio de Loyola que, nesse ano ocorrerá num domingo. Dessa forma, a preferência será pelo Dia do Senhor. Mas, devido à sua importância para a Igreja, Santo Inácio não deixará de ser lembrado, mesmo sendo domingo. É uma data em que comemoramos também o decreto de criação do Instituto de N. Sra. do Bom Conselho realizado pelo nosso antecessor D. Jaime de Barros Câmara há 59 anos. Dessa forma iniciam-se as comemorações do jubileu de Diamante neste ano que se abre. D. Jaime confiou aos padres jesuítas a formação desse novo instituto.

    Com a celebração da memória litúrgica de Santo Inácio de Loyola fechamos o mês de julho e abrimos as portas para um mês especial que está por vir, que é o mês das vocações. Santo Inácio, com os escritos que deixou, é estímulo para toda vocação. Os escritos de Santo Inácio são muito usados em retiros espirituais, direção espiritual e formação nas casas religiosas.

    Santo Inácio viveu na Idade Média, por volta do século XV, mas os seus escritos e ensinamentos continuam atuais — forma alguma se tornaram obsoletos.

    Na bula de canonização de Santo Inácio, estava escrito que foi reconhecido como “uma alma maior que o mundo”, pois desde jovem foi bem religioso e nutria um amor por Deus. E em sua vida colocou Deus sempre em primeiro lugar. Tinha como exemplos de vida São Francisco de Assis e São Domingos.

    Inácio de Loyola nasceu na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa. Era o mais novo de doze irmãos. Aos quatorze anos de idade, recebeu a tonsura, um gesto de consagração e de pertença a Deus. Inácio preferiu, no entanto, seguir a carreira militar. Como um jovem valente, entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores.

    Durante uma batalha, em defesa do Castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna e precisou ficar por um tempo afastado, com a perna imobilizada. Desse mal que aconteceu com Santo Inácio, Deus tirou um bem. Nesse período, Santo Inácio leu as biografias de São Francisco e São Domingos e, em seu coração, sentiu o desejo de fazer o mesmo que esses santos fizeram. Nesse momento, deu-se a conversão de Santo Inácio.

    De fato, Santo Inácio fez o que esses santos fizeram e levou muitos a fazerem o mesmo. Ele dizia “Tudo para a maior glória de Deus”. Santo Inácio dizia que tudo o que acontecia em nossa vida, seja de bom ou de ruim, era para a maior glória de Deus. Mesmo os problemas que apareciam no caminho, estes deveriam buscar em Deus a solução.

    Santo Inácio de Loyola pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se a vida eremítica, na qual viveu os conhecidos exercícios espirituais. Logo após estudar filosofia e teologia, lançou os fundamentos da Companhia de Jesus (Jesuítas). Os exercícios espirituais deixados por Santo Inácio de Loyola todos podem fazer, não somente os jesuítas ou religiosos. Os exercícios espirituais nos ajudam a nos aproximar mais de Deus. Esses exercícios espirituais são muito usados para direcionar os retiros espirituais e ajudam as pessoas a aproveitar melhor o retiro espiritual.

    A Companhia de Jesus fundada por Santo Inácio iniciou em 1534. Era algo novo e original, além de providencial para aquele momento, que vivia a época da “contrarreforma”. O próprio Santo esclarece: “o fim último dessa companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e da perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.

    Desse modo, observamos que a Companhia de Jesus cumpre o mandato do próprio Mestre. Devemos amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Se encontramos um irmão nosso que está seguindo um caminho errado ou se perdendo no pecado, podemos conversar com esse irmão e mostrar para ele o caminho certo, fazer com esse irmão siga o caminho de conversão e de mudança de vida. Por isso, a Ordem da Companhia de Jesus ocupa-se também por ajudar na salvação da alma do próximo.

    Ao conseguirmos converter esse irmão, o ganhamos para Deus ao mesmo tempo em que colocamos em prática a frase dita por Santo Inácio: “Tudo para a maior glória de Deus”. Que em nossa vida diária possamos ganhar muitos irmãos para Deus, ajudando-os no caminho de conversão e que tudo seja para a maior glória de Deus.

    Santo Inácio morre aos sessenta e cinco anos. Pedimos que, do céu, esse grande santo interceda por nós. Que possamos fazer tudo com todo o coração, com toda a alma e com toda a vontade, conforme dizia Santo Inácio. Ajudemos muitos irmãos a se converterem e a buscarem Deus novamente.

    Nossos cumprimentos aos Jesuítas que vivem nas casas em nossa Arquidiocese e que celebram vários jubileus. Celebremos com alegria a memória litúrgica de Santo Inácio de Loyola. Busquemos conhecer melhor a vida desse grande Santo e coloquemos em prática os exercícios espirituais deixados por ele. Por meio deles, nos aproximamos mais de Deus.

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