Santa Maria, Mãe de Deus!

    Neste dia, a liturgia coloca-nos diante de evocações diversas, ainda que todas importantes.
    Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: somos convidados a contemplar a figura de Maria, aquela mulher que, com o seu “sim” ao projeto de Deus, nos ofereceu Jesus, o nosso libertador. Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI propôs aos homens de boa vontade que, neste dia, se rezasse pela paz no mundo. Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nos ama, que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude.
    As leituras que hoje nos são propostas exploram, portanto, estas diversas coordenadas. Elas evocam esta multiplicidade de temas e de celebrações.
    Na primeira leitura(cf Nm 6,22-27), sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus na nossa caminhada e recorda-se que a sua bênção nos proporciona a vida em plenitude. Por meio deste único pequeno Filho, fruto do ventre bendito e virginal de Maria, todos receberão o convite gracioso de ser como Jesus, e por causa dele, filhos e filhas de Deus.
    Na segunda leitura(cf Gl 4,4-7), a liturgia evoca, outra vez, o amor de Deus, que enviou o seu Filho ao encontro dos homens para os libertar da escravidão da Lei e para os tornar seus “filhos”. É nessa situação privilegiada de “filhos” livres e amados que podemos dirigir-nos a Deus e chamar-lhe “abbá” (“papá”). Através do nascimento na carne do Filho Unigênito de Deus, sujeito à Lei, e sujeito a todas as leis da existência humana, Deus chama todos os homens e mulheres a receberem sua “filiação divina”: a possuírem em si o Espírito de Deus, a tornarem-se herdeiros do Rei no eterno, a terem o direito de chamar de “Abá – ó Pai!”.
    O Evangelho(cf. Lc 2,16-21) mostra como a chegada do projeto libertador de Deus (que se tornou realidade plena no nosso mundo através de Jesus) provoca alegria e felicidade naqueles que não têm outra possibilidade de acesso à salvação: os pobres e os marginalizados. Convida-nos também a louvar a Deus pelo seu amor e a testemunhar o desígnio libertador de Deus no meio dos homens.
    Enquanto os pastores estão em movimento contínuo ao longo do Evangelho deste primeiro dia do ano – eles “vão às pressas a Belém”, “contam o que lhes fora dito” e “voltam” para a sua casa, “glorificando e louvando a Deus”. Maria permanece quieta e tranquilia. As notícias que ela escuta da parte dos pastores suscitam maravilhas no seu interior, que consiste em acolher, guardar e meditar tudo aquilo que os pastores comunicam. Maria leva tudo para dentro do seu coração, e é lá que consegue vislumbrar o significado infinito deste nascimento, deste Menino deitado na manjedoura.
    Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, é o modelo do batizado que é sensível aos projectos de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de salvação para o mundo. Maria reconhece que, misteriosamente, ela será a Mãe de todos os filhos e filhas de Deus. Isto a coloca num estado de silêncio e de adoração. Como os pastores, Maria, também exulta, exultação, porém, delicada e contemplativa. É esse mistério, do Natal, da nossa filiação no Filho, que nós pedimos a Maria, como Mãe de Deus, Mãe da Igreja e mãe de todos os homens e mulheres, que confiantes apresentemos a Deus as petições de proteção e de vivência da sua graça para o ano de 2018 que iniciamos. Feliz e abençoado ano de 2018 e que o Menino Deus e a sua Mãe Santissima sempre ilumimem nossos passos e nos proteja de todo mal!

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