Resolver a carência afetiva

    “Os carentes afetivos comportam-se de uma forma que atraem para suas vidas pessoas frias, assim como provavelmente foram seus cuidadores na infância. Isso se chama “compulsão à repetição” para a psicanálise. A pessoa repete, sem perceber, o que ela já viveu e presenciou anteriormente, por achar familiar e seguro”, afirma a Dra. Giorgia Matos, psicanalista e escritora. 

    Não resolvendo a carência afetiva torna-se prejudicial, podendo acarretar em exacerbado desequilíbrio emocional, ansiedade e depressão. Dependendo do quadro clínico, causa crises e conflitos desagregadores. A negação das necessidades biológicas e psicológicas podem levar a uma grave patologia. As doenças não só físicas, mas da alma, e essa é a pior. Aqui a farmacologia não alcança. Sentimentos, carências, desejos, fantasias e a libido não se resolvem com rezas, simpatia, remédio e fuga. E o resultado de tudo isso é o abismo onde o carente não vai sozinho. Antes de chegar lá, alguns indivíduos cometem os mais terríveis danos para si e para os outros. Muitos deles se refugiam em casamento, daí o fracasso matrimonial; na religião, o fanatismo; na política, o radicalismo; e no colo dos pais, o infantilismo e a imaturidade. Ele vê e se apossa de satisfação onde não existe a solução. O que mais o indivíduo tenta esconder é a libido carente, daí procedem as maiores incompatibilidades danosas!

    Pela terapia psicanalítica configura o indivíduo ressignificando, fazendo resiliente e sua alma desponta novos horizontes!  Essa alma vivendo nessa configuração, cria, empreende, sapiencializa e progride racional e transcendentalmente na busca da beleza e do encanto. Como sabemos que a vida não é só imanente, é também transcendente, vai além do mundo das ideias (Platão), além do materialismo (Marx), além do inconsciente (Freud), além da razão (Kant), além do biológico (Darwin), daí a busca do enigmático, do oculto e de conhecimento a ser revelado, do inconsciente, dos sonhos à consciência em prol do nosso bem-estar e da humanidade.

    Existem quadrilha de abusadores profissionais das redes sociais como: sociopatas, psicopatas, parafílicos, gigolôs e garotos (as) de programas, quase todos viciados em sexo, drogas ou com maus costumes. Eles focalizam pessoas profundamente carentes. Alguns membros dessas quadrilhas vivem disso para manter os vícios, satisfazer sexualmente, para fazer o outro sofrer, ganhar o dinheiro desonesto, e o mais grave é não reconhecer que são doentes e delinquentes.

    É aconselhável não se expor demasiadamente nas redes sociais. Não falar da vida particular, não fornecer dados, não enviar fotos, vídeos, áudios. Não confiar em estranhos e nem tão pouco aceitar qualquer convite para encontros. Esses delinquentes se apresentam bastante religiosos e usam estabelecimentos religiosos para seus encontros. Quando eles descobrem a preferência da vítima, como por exemplo: passear no shopping center, eles marcam o encontro nesse lugar. Muito cuidado com o relacionamento virtual que é “parcial”, “superficial” e pode se tornar “infernal”!

    Eles atacam aquelas pessoas que mais se expõem e sabem da fraqueza humana, da carência afetiva, do conflito existencial e da crise financeira. Pela carência afetiva, torna a pessoa muito vulnerável e também ingênua. Isso devido a busca de alívio, consolo, de companhias sinceras para o recebimento de afeto, de carícias e até mesmo para ser escutada e valorizada. Essas pessoas padecem devido à falta da prática terapêutica.

    A nossa vida só tem sentido na dimensão do amor. A vida tomada pela arte, poesia, literatura clássica, terapia e espiritualidade, proporcionam de fato e de verdade: a maturidade, o amor, a felicidade, relacionamentos enriquecedores e a qualidade de vida, ou seja, saúde física e emocional. Resolver a carência afetiva é ressignificar a vida na interioridade da autoestima e na posse do “autoconhecimento”, “via a psicoterapia”.

    Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Trabalha Clinicando na Comunidade de Ação Pastoral-CAP

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista em Psicanálise Clínica e Psicologia Social pela Faculdade Elvira Dayrell-MG.

    Pós-graduado em Psicologia nas Organizações com Habilitação em Docência no Ensino Superior pela Faculdade Educamais de São Paulo-SP.

    Especialista no Ensino de Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson-Araras/SP.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – ONU (United Nations Department of Economic and Social Affairs).

     

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica   

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