Quinto Domingo da Páscoa

             Neste quinto domingo do Tempo da Páscoa, elevemos o olhar ao Ressuscitado; deixemo-nos tomar por sua palavra: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também!” Estejamos atentos pois é exortação a nós, cristãos de agora; palavras para cada um de nós e para nós todos, palavras verdadeiramente provocantes! No mundo complexo, numa realidade plena de desafios, na nossa vida pessoal tantas vezes sofrida, tantas vezes ferida, cheia de tantas contradições e desafios, o Senhor nos olha, estende-nos as mãos, abre-nos o coração e nos enche de serenidade e confiança: “Não se perturbe o vosso coração!”.

             Na Primeira Leitura – At 6,1-7 – a comunidade de Jerusalém tinha uma só alma e um só coração, mas o pecado da divisão logo se manifestou. Foram, então, instituídos os Diáconos para o serviço aos mais frágeis! A Igreja é, ao mesmo tempo, santa e pecadora e o Espírito Santo a conduz pelas estradas da vida! A Igreja é obra de Jesus. É peregrina e, ao longo de sua caminhada, ela é construída pelo Espírito Santo. Recebe dons, graças e serviços para cumprir sua missão. Ela é santa, por sua origem, e pecadora, por sua humanidade. A marca do pecado é nossa, mas Deus dá-lhe a santidade de seu Filho Jesus! A Comunidade de Jerusalém compõe-se judeus nativos e de judeus que viveram fora da Palestina. Cada grupo lutava por suas características culturais e religiosas. Não formaram uma comunidade dotada de uma só alma e de um só coração. Era uma Igreja a caminho, mas necessitada de conversão! Não nos apressemos em condená-la! Procuremos descobrir quantas divisões existem em nossas comunidades, e como somos necessitados de conversão para sermos a Igreja Santa de Jesus!

             Na Segunda Leitura – 1Pd 2,4-9 – a Igreja é obra do próprio Deus que a construiu sobre a rocha fundamental de Jesus Cristo. Ele é o fundamento da Igreja: “É a pedra que os construtores rejeitaram, mas que se tornou a pedra angular (fundamental)”. O Apóstolo Pedro descreve a Igreja como um templo, construído com pedras preciosas e diferenciadas, no qual os cristãos exercem um verdadeiro sacerdócio e oferecem sacrifícios agradáveis a Deus Pai. Os templos materiais, embora, bem construídos, perdem valor e o templo apreciado por Deus é a comunidade composta por seus discípulos! Não tenhamos orgulho de nossas igrejas materiais! Construamos comunidades enriquecidas de amor e sempre prontas a servir ao Povo e glorificar a Deus Pai.

             No Evangelho – Jo 14,1-12 – a sua sede de salvar os homens é tal que declara: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Tal declaração tem a sua origem na pergunta de Tomé o qual, ao não compreender tudo o que Jesus afirmara acerca de Seu regresso ao Pai, lhe perguntara: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como é que sabemos o caminho?” (Jo 14,5). O apóstolo pensava num caminho material, mas Jesus indica-lhe um espiritual, tão sublime que se identifica com a Sua Pessoa: “Eu sou o caminho”; e não lhe mostra apenas o caminho, mas também a meta – “a verdade e a vida” – à qual conduz e que é também Ele mesmo. Jesus é o caminho que conduz ao Pai: “Ninguém vai ao Pai senão por Mim” (Jo 14,6); é a verdade que O revela: “Quem Me viu, viu o Pai” (Jo 14,9); é a vida que comunica aos homens a vida divina: “Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo”, assim a tem o Filho e dá-a “àquele que quer” (Jo 5, 26. 21). “Eu estou no Pai e o Pai está em Mim” (Jo 14,11). Sobre esta fé em Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, caminho que conduz ao Pai e igual em tudo ao Pai, fundamenta-se a vida do cristão e a de toda a Igreja.

             Ora, é diante do Cristo, Caminho, Verdade e Vida que nossa existência será julgada, que o mundo será examinado! A renovação da Igreja está em voltar sempre a Cristo e nele se reencontrar sempre, retomando o vigor, como de uma fonte puríssima! O verdadeiro serviço à humanidade e ao mundo é apresentar o Cristo e nele colocar toda a esperança!

             Saibamos que Cristo Jesus é o caminho a verdade e a vida. Que possamos nós viver sempre neste caminho. Este caminho se tem dificuldades, pedras e espinhos, mas, no final existe o encontro com o Pai. Senhor, neste dia e sempre faça que trilhemos em seu caminho.

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