Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor

    Celebramos neste domingo, o sexto desse Tempo Pascal. Estamos chegando ao fim desse tempo de júbilo para a Igreja. Na próxima semana, celebraremos a Solenidade da Ascensão do Senhor e, no domingo seguinte, a Solenidade de Pentecostes.

    No Evangelho desse domingo, Jesus diz aquilo que irá acontecer em Pentecostes, depois da sua ascensão aos céus, Ele enviará o Espírito Santo Paráclito, que será o advogado, aquele que irá à frente dos discípulos e, sob esse mesmo Espírito Santo, será constituída a Igreja. Por meio do envio do Espírito Santo, os discípulos terão coragem para saírem e anunciarem em nome de Cristo e, através desse mesmo Espírito, os pecados serão perdoados.

    Todas as vezes que Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, Ele deseja a paz, essa é a marca do ressuscitado. Todo aquele que recebe a paz dada pelo ressuscitado, deve estar em paz consigo mesmo e com Deus e transmitir essa paz à comunidade. Por isso que durante a missa, quando o presidente da celebração diz: “A paz esteja convosco”, respondemos: “O amor de Cristo nos uniu”, ou seja, a paz do ressuscitado deve nos unir, por isso, desejamos a paz uns aos outros nesse momento.

    Somos a comunidade do ressuscitado, como os discípulos, e nos reunimos em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia. Queremos receber a paz que vem D’Ele e receber o Espírito Santo para sairmos e anunciarmos a Palavra de Deus. Somos a Igreja peregrina, instaurada por Deus e temos a missão de anunciar a misericórdia que vem de Deus. Por meio do nosso batismo, recebemos a missão de sermos sacerdotes, profetas e reis e ouvimos de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e a todos anunciai o Evangelho”.

    A primeira leitura desse domingo é dos Atos dos Apóstolos (At 15, 1-2.22 -29). Esse trecho da leitura de Atos dos Apóstolos diz que começou a acontecer uma certa confusão em Antioquia. Chegaram alguns da Judéia e começaram a ensinar outra doutrina aos irmãos de Antioquia, sobretudo, aos que haviam acabado de se converter. Eles diziam que eles teriam que se circuncidar, como ordena a Lei de Moisés. Isso causou uma grande confusão na comunidade.

    Paulo e Barnabé tiveram que ir até Jerusalém para resolver a questão e junto com os anciãos da comunidade resolveram escolher dois homens para mandarem a Antioquia, junto com Paulo e Barnabé. Escolheram Judas, chamado Barsabás e Silas, que eram muito respeitados pelos irmãos. Através deles, enviaram uma carta, como forma de acolher aqueles que vieram do paganismo e dizendo que aqueles que tinham dito aquelas coisas a eles não foram enviados por parte dos apóstolos. A carta diz ainda que não será imposto a eles nenhum fardo maior do aquele que eles são capazes de carregar. Eles devem abster-se de carne sacrificada aos ídolos, do sangue, das carnes de animais sufocados e das uniões ilegítimas. Eles farão bem se evitar essas coisas. Mas o que importa e serve para nós hoje é receber o anúncio de Jesus Cristo e o batismo, não dependendo da circuncisão que era própria dos judeus.

    O salmo responsorial é o 67 (66). O refrão do salmo diz: “Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem”. Todos os povos e nações devem adorar e glorificar a Deus, porque Ele faz maravilhas por nós. Não existe outro Deus além d’Ele, somente por meio D’Ele seremos salvos.

    A segunda leitura é do livro do Apocalipse de São João (Ap 21,10-14.22-23). João tem uma visão da Cidade Santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, brilhando como a glória de Deus. A visão de João é da cidade eterna, da cidade celeste, onde todos nós moraremos. A cidade estava cercada por uma muralha maciça e alta, com doze portas, sobre as portas tinham doze anjos, e nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. As portas estavam direcionadas aos quatro cantos da terra, para significar que todos os povos devem adentrar por elas e que a salvação é para todos. Havia escrito, também, o nome dos doze apóstolos do cordeiro, ou seja, eles foram enviados pelo Cordeiro para anunciarem a salvação para o mundo. O templo é o próprio Senhor, a glória de Deus é a luz e o Cordeiro é a lâmpada.

    O evangelho desse domingo é de João (Jo 14, 23-29). Jesus diz aos discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”. Ao contrário de quem não o ama, porque não guarda a sua Palavra. Essa é mais uma das aparições do ressuscitado e Ele recorda aos discípulos isso que Ele havia dito. Jesus diz que o Pai o enviará em seu nome, os ensinará e recordará de tudo que Ele ensinou. Mais uma vez, Jesus ressuscitado deixa a paz, essa é a marca do ressuscitado toda vez que Ele aparece. Devemos acolher essa paz conosco e transmitir aos irmãos.

    Na celebração Eucarística, o rito da paz está após o Pai Nosso e antes da comunhão Eucarística, porque para receber a comunhão eu tenho que estar em paz com meu irmão, comigo mesmo e com Deus. Jesus diz que irá para o Pai, mas voltará. Aguardamos até hoje a segunda vinda. Ele está presente conosco através do Espírito Santo.

    Celebremos com alegria esse sexto domingo da Páscoa, tendo no coração a certeza de que Jesus continua caminhando conosco e que a nossa meta final é a morada eterna junto de Deus. Acolhamos a paz que o Ressuscitado nos traz e transmitamos essa paz aos demais.

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