Apesar do frio de 3 graus, milhares de peregrinos acorreram à Praça São Pedro nesta quarta-feira para participar da última Audiência Geral de 2013 com o Papa Francisco. Antes da Catequese o Papa percorreu a Praça, descendo diversas vezes do Jeep, beijando crianças encasacadas e saudando todos os presentes. Mais de 1,5 milhões de peregrinos participaram das 30 Audiências com o Papa Francisco em 2013, segundo informou a Prefeitura da Casa Pontifícia.
O “Natal de Jesus, a festa da confiança e da esperança, que supera a incerteza e o pessimismo”, foi o tema da reflexão do Santo Padre. Ao iniciar sua catequese, Francisco disse que a “razão da nossa esperança é Deus que está conosco e confia ainda em nós”, explicando que pelo fato de Deus estar junto ao homem “que transcorre os seus dias na tristeza e na alegria”, “a terra não é mais somente um ‘vale de lágrimas’, mas é um local onde Deus mesmo fixou a sua tenda, é o lugar de encontro de Deus com o homem, da solidariedade de Deus com o homem”.
A seguir, o Papa observou que Deus demonstrou de modo insuperável a sua inclinação misericordiosa e plena de amor para com as criaturas ao fazer-se presença entre os homens. Mas alguma coisa surpreende:
“A presença de Deus em meio à humanidade não se deu em um mundo ideal, idílico, mas neste mundo real, caracterizado por tantas coisas boas e ruins, marcado por divisões, maldades, pobreza, prepotência e guerras. Ele escolheu habitar na nossa história assim como é, com todo o peso dos seus limites e dos seus dramas”.
O Natal de Jesus – disse o Papa – é a manifestação em que Deus colocou-se do lado do homem de uma vez por todas, para salvar-nos, para nos levantar do pó das nossas misérias, das nossa dificuldades, dos nossos pecados”. E disto vem o grande presente do Menino de Belém:
”Uma energia espiritual que nos ajuda a não nos deixa abater pelos nossos cansaços, nossos desesperos, nossas tristezas, porque é uma energia que aquece e transforma o coração. O nascimento de Jesus, de fato, nos traz a bela notícia de que somos amados imensamente e singularmente por Deus, e este amor não somente o faz conhecer, mas o dá, o comunica”.
O Santo Padre fez duas considerações que emanam da contemplação alegre do mistério do Filho de Deus nascido por nós:
“A primeira é que – se no Natal Deus se revela não como alguém que está no alto e que domina o universo, mas como Aquele que se rebaixa, vem à terra pequeno e pobre – significa que para sermos parecidos com Ele não devemos nos colocar acima dos outros, mas sim abaixarmo-nos, colocarmo-nos a serviço, nos fazer pequenos com os pequenos e pobres com os pobres. Mas, é uma coisa feia quando se vê um cristão que não quer rebaixar-se, que não quer servir, um cristão que quer se exibir sempre. Este não é cristão, este é um pagão! O cristão serve, se rebaixa…”.
Ao falar da segunda consideração, Francisco explicou que se Deus, por meio de Jesus, quis envolver-se com o homem a ponto de tornar-se como um dele, “qualquer coisa que fizermos a um irmão ou a uma irmã, estaremos fazendo a Ele mesmo”, fazendo referência às palavras de Jesus citadas no Evangelho de São Mateus, onde fala que “quem tiver alimentado, acolhido, visitado, amado a um dos pequeninos e dos pobres entre os homens o terá feito ao Filho de Deus”.
Ao concluir sua reflexão, o Papa pediu, pela materna intercessão de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa, que possamos neste Natal “reconhecer na face do próximo, especialmente dos mais fracos e marginalizados, a imagem do Filho de Deus feito homem”.
Após a catequese os Papa saudou os peregrinos de diversos países presentes na Audiência. A um grupo de brasileiros falou:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha cordial saudação para todos, em particular para os fiéis brasileiros de Chapecó, com votos de um santo Natal repleto de consolações e graças do Deus Menino. Nos vossos corações, famílias e comunidades, resplandeça a luz do Salvador, que nos revela o rosto terno e misericordioso do Pai do Céu. Ele vos abençoe com um Ano Novo sereno e feliz!”
Local: Cidade do Vaticano
Fonte: Rádio Vaticano