A nossa viagem pelo mundo das Congregações religiosas femininas em Cabo Verde, neste Ano da Vida Consagrada, leva-nos desta vez a falar das Filhas do Sagrado Coração de Maria. Uma Congregação que só chegou a Cabo Verde em 1976, mas que nasceu em 1858, no Senegal, e que se fortificou também graças a muitas jovens idas de Cabo Verde, mais precisamente de Santa Catarina, Santiago – recorda o Bispo emérito de Santiago, D. Paulino do Livramento Évora, frisando que depois da independência muitas voltaram para Cabo Verde, onde abriram comunidades.
O carisma desta Congregação era inicialmente evangelizar, com uma atenção particular às mulheres, refere, por sua vez, a Irmã Maria Segunda Barbosa Pereira, responsável da comunidade das irmãs em São Vicente. O Carisma evoluiu e hoje abrange diversas outras áreas – acrescenta.
As Filhas do Sagrado Coração de Maria são hoje, ao lado das Franciscanas da Imaculada Conceição, a maior Congregação Religiosa feminina presente em Cabo Verde, com 39 irmãs, repartidas pelas duas Dioceses: Santiago e Mindelo. No conjunto, formam uma Província, que engloba também o Distrito da Guiné-Bissau onde, tal como em Cabo Verde, estão empenhadas na pastoral direta e têm obras, como escolas, um centro nutricional, e assim por diante.
A Irmã Domingas Tavares que é atualmente responsável da Comunidade em Coculi, guarda boas recordações da Guiné, onde trabalhou 17 anos. Para ela o que estragou a Guiné foi a Guerra de 7 de Junho de 1998.
Coculi é uma vila do interior da montanhosa ilha de Santo Antão. Tem uma paróquia sem padre residente e quem acompanha pastoralmente, no dia-a-dia, os fieis, são as três filhas do Sagrado Coração de Maria ali residentes: A Irmã Domingas, a irmã Elisângela e a Irmã Isidora, que queria ter um casamento como a de Nossa Senhora e São José, mas acabou por descobrir que afinal o que queria realmente era ser religiosa.
E nesse lugar recôndito – Coculi – onde a tarefa das irmãs não é fácil, receber a visita da Rádio Vaticano, neste Ano de Vida Consagrada, foi para as irmãs uma grande e agradável surpresa – disse a Irmã Domingas, vendo nisto uma concretização daquilo que o Papa diz sempre: ir às periferias…
Conheça melhor esta Congregação e, de modo particular, a comunidade de Coculi, que Dulce Araújo, visitou em Junho passado.
Fonte: Rádio Vaticano