Prevenção ao Suicídio

    10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio

    O tema escolhido para o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio para os anos de 2019 e 2020 é: “Trabalhando juntos para prevenir o suicídio”. O objetivo é, primordialmente, mostrar que ao fazermos parte de uma comunidade global precisamos ter a coragem de nos envolvermos uns com os outros para difundir a conscientização sobre sua prevenção.

    Todos os anos, o suicídio aparece entre as 20 principais causas de morte no mundo, para pessoas de todas as idades. Só ele é responsável por mais de 800.000 mortes – o que equivale a um suicídio a cada 40 segundos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

    No Brasil são quase 12 mil casos por ano. O Brasil é o quarto país latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios entre 2000 e 2012, segundo relatório da OMS. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens.

    Toda vida perdida representa um parceiro, um filho, um pai, um amigo ou um colega de alguém e para cada suicídio, aproximadamente 135 pessoas sofrem intensamente. Para cada suicídio, 25 pessoas fazem uma tentativa e muitas mais pensam seriamente nele. Isso equivale a 108 milhões de pessoas por ano sendo profundamente afetadas pelo comportamento suicida.

    O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, usando um meio que acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente é chamado de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.

    É um comportamento com determinantes multifatoriais, resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.

    São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão*, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias. Com esses números, o suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos no mundo.

    Como ajudar?

    Para ajudar uma pessoa com comportamentos suicidas, algumas ações são fundamentais, como:

    • Ouvir, demonstrar empatia e tranquilidade;
    • Ser afetuoso e dar o apoio necessário;
    • Levar a situação a sério e verificar o grau de risco;
    • Dialogar sobre tentativas de suicídio e pensamentos negativos;
    • Explorar outras saídas para além do suicídio, identificando outras formas de apoio emocional;
    • Conversar com a família e amigos imediatamente;
    • Remover os meios para o suicídio em casos de grande risco;
    • Contar a outras pessoas, conseguir ajuda;
    • Permanecer ao lado da pessoa com o transtorno;
    • Procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a importância deles;
    • Aceitar a queixa da pessoa e ter respeito por seu sofrimento;
    • Demonstrar amor, carinho e cuidado constante.

    Recursos da comunidade e fontes de apoio

    Para pessoas com pensamentos suicidas, os primeiras recursos ou fontes de apoio são:

    • Família;
    • Amigos e colegas;
    • Unidades de saúde: CAPS (Centro de Atenção Psicossocial);
    • Profissionais de saúde: médicos, psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, enfermeiros e agentes de saúde.
    • Centros de apoio emocional: CVV (Centro de Valorização da Vida), ligue para o 188.
    • Grupos de apoio.

    Conclusão

    A prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, devendo ir além dela, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade, que poderão colaborar para a diminuição das taxas de suicídio. A prevenção deve ser também um movimento que leve em consideração os aspectos biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade.

    A disseminação de informação educativa é elemento essencial para a prevenção ao suicídio. Outra forma de grande importância na prevenção ao suicídio é o diálogo. Escutar, dialogar e a empatia são fundamentais para acolher e preservar dom da vida! Dentro dessa configuração há mecanismos para assegurar a continuidade da vida na beleza do amor, da arte, da poesia, da música e de novos horizontes como a psicoterapia, a espiritualidade e a pedagogia revelativas dos sonhos para a felicidade e triunfos colossais!

    Dr. A. Inácio José do Vale

    Psicanalista Clínico, PhD.

    Qualificado em Psicologia Clínica e Educacional

    Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea-SBPC.

    SBPC é reconhecida e cadastrada na Organização das Nações Unidas – ONU – (United Nations Department of Economic and Social Affairs).

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica 

     

    Fontes:

    http://bvs.saude.gov.br/ultimas-noticias/3031-10-9-dia-mundial-de-prevencao-do-suicidio

    http://www.crmdf.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21316:pravida&catid=3

    https://www.vittude.com/blog/setembro-amarelo/

    Durkheim, Émile. O Suicídio. 3º. ed. Lisboa, Portugal: Editorial Presença, 1982.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here