Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente, Presidente CEP
Domingos Pinto – Lisboa
“Reconheço e louvo tudo quanto se fez para minorar os efeitos da pandemia, nos âmbitos da saúde, da segurança social e do ensino, como na continuação de tudo o que é necessário à vida das populações”.
Palavras de gratidão 2ª feira, 15 de junho, em Fátima, do Cardeal-patriarca de Lisboa na abertura da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.
Adiada em abril passado por força do estado de emergência imposto pela Covid-19 e desta vez em moldes mais breves do que o habitual, esta assembleia plenária é eletiva, uma vez que inclui votações para órgãos da CEP e pretende ainda refletir a sociedade após a pandemia.
D. Manuel Clemente destacou o esforço coletivo do país para enfrentar a crise provocada pela pandemia e falou de um “momento especial da sociedade e da Igreja”, sublinhando que a pandemia “interrompeu, mas também despertou muita solidariedade nos vários setores e muita criatividade para prosseguir no possível”.
O prelado sublinhou o contributo de todos, em especial “na frente hospitalar e nos lares de idosos”, e ainda nas comunidades eclesiais e instituições sociocaritativas, “junto dos seus fiéis e dos mais necessitados, tanto no apoio especificamente religioso como em várias formas de prática solidária”.
D. Manuel Clemente foi eleito como presidente interino da CEP em junho de 2013, após a resignação de D. José Policarpo. Agora termina o seu segundo mandato à frente da CEP após ter sido reeleito no cargo, em abril de 2014 e 2017.
“Foi um tempo exigente, porque exigentes foram os desafios da sociedade e da vida eclesial. Em 2013 estávamos a sair duma grave crise económica e social, como agora estamos noutra, trazida pela pandemia”, lembrou o presidente cessante.
Neste contexto, o Patriarca de Lisboa evocou “debates socioculturais muito fortes”, como o aborto e a eutanásia, e ainda temas ligados” à liberdade de ensino e ao setor solidário”.
“Lembramos também o trabalho e a subsistência digna das pessoas e das famílias, inclusive de quem chega, por imigração ou refúgio”, acrescentou D. Manuel Clemente que referiu ainda a proteção de menores e a constituição de comissões próprias em todas as dioceses.
Para o presidente da CEP “ainda há muito por fazer no campo da comunicação interna e externa”, por parte da Igreja Católica, sobretudo na “linguagem utilizada e o modo atual de transmitir e receber”.
D. Manuel Clemente realçou também a “movimentação juvenil” nas comunidades católicas, como é o caso da ‘Missão País’ e outras atividades de estudantes universitários que inspiraram “a proposta duma Jornada Mundial da Juventude, como o Papa Francisco marcou para Lisboa em 2023”.