Por que você não deve abandonar a comunhão espiritual mesmo tendo voltado à Missa

A comunhão espiritual intensifica nossa fome pelo sacramento e torna sua recepção ainda mais fecunda

Nos últimos meses, a pandemia nos levou a redescobrir a prática da comunhão espiritual – o ato de pedir e desejar que Jesus entre em nossa alma como se o estivéssemos recebendo sacramentalmente na Missa.

Quando eu rezava Missas pelo Zoom, eu segurava o cálice e a hóstia diante da câmera após o “Cordeiro de Deus” e fazia uma pausa para a congregação virtual, onde quer que estivesse, fazer um ato de comunhão espiritual. Eu dizia:

“Meu Jesus, creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Eu vos amo mais do que qualquer coisa no mundo e tenho fome de recebê-lo. Mas como não posso receber a comunhão neste momento, alimentai a minha alma, ao menos espiritualmente. Eu me uno a vós agora como faço quando realmente vos recebo. Nunca permiti que eu me afaste de vós. Amém.” (Santo Afonso de Ligório)

Antes da pandemia, muitos católicos provavelmente não tinham nem ouvido falar dessa prática secular, mas agora descobriram que passaram a amar mais a Eucaristia por causa dela. Como as Missas públicas estão gradualmente sendo celebradas novamente, é tentador guardar essa devoção até a próxima crise.

Em vez disso, os católicos que assistem à Missa virtual ou presencialmente fariam bem em continuar a fazer comunhões espirituais diárias, nos bons e nos maus momentos, na doença e na saúde.

Tendo experimentado os efeitos poderosos desta prática, Santa Teresa d’Ávila aconselhou:

“Quando você não comunga e não assiste à Missa, pode fazer uma comunhão espiritual, que é uma prática muito benéfica; por ela o amor de Deus ficará grandemente impresso em você.”

Mas a comunhão espiritual também pode ser feita nos dias em que a pessoa participa fisicamente da Missa e recebe a comunhão. Mais do que um mero substituto da recepção da Eucaristia, a comunhão espiritual intensifica nossa fome pelo sacramento e torna sua recepção mais fecunda.

Santo Afonso Ligório recomendou fazer uma comunhão espiritual três vezes – no início, meio e fim – durante uma visita ao Santíssimo Sacramento ou na Missa. De fato, não há limite para quantas comunhões espirituais se pode fazer em um dia. Santo Afonso escreveu:

“A beata Ágata da Cruz fez duzentas comunhões espirituais naquele dia; e Peter Faber, o primeiro companheiro de Santo Inácio, costumava dizer que as comunhões espirituais são uma ajuda muito poderosa para receber a sagrada Eucaristia com as disposições adequadas.”

Embora a comunhão espiritual seja frequentemente recomendada aos leigos, especialmente àqueles que estão em casa ou hospitalizados, os padres também se beneficiariam dela. Depois de ouvir passivamente as pessoas orarem com devoção a oração da comunhão espiritual (acima) por vários domingos, senti-me movido a rezá-la também fora da Missa.

Embora eu não esteja nem perto de fazer duzentas comunhões espirituais diárias, a prática de repeti-las ao longo do dia renovou meu amor e reverência pelo grande mistério que celebro com a Igreja todos os dias.

A comunhão espiritual não é apenas para tempos de pandemia ou outras circunstâncias extraordinárias. A comunhão espiritual é para todos os momentos.

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