“Pentecostes é tempo de ação de graças”, afirma dom Sérgio Castriani

A Festa de Pentecostes é um momento forte de celebração para a Igreja, que nasceu naquele sopro do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria no cenáculo. O chamado missionário também fez nascer em 1703, na Igreja de Saint-Étienne-des-Grès, em Paris, na França, a Congregação do Espírito Santo, que mais tarde foi confiada à proteção do Imaculado Coração de Maria. No Brasil, a congregação religiosa está presente em vários estados e no Distrito Federal, com destaque para os bispos missionários nomeados para as dioceses da Amazônia.

O arcebispo de Manaus (AM), dom Sérgio Eduardo Castriani, que fez sua profissão religiosa há mais de 42 anos, fala da comemoração de mais um ano da congregação, nascida no dia de Pentecostes de 1703. De acordo com dom Castriani, para os espiritanos, como os religiosos são chamados, “Pentecostes é tempo de ação de graças pelas maravilhas que Deus realizou através da congregação”. Também é tempo de renovação: “neste ano, a carta do superior geral fala de disponibilidade, uma grande característica dos espiritanos, disponíveis para a missão, partir e ir aos lugares mais distantes, mais necessários, periferias do mundo. Então, um dia de missão, dia de alegria, renovação do carisma, Pentecostes traz o Espírito Santo, lembrando o Espírito que nos conduz”.

Ícone da congregação remete à chama do Espírito Santo. Foto: Espiritanos Brasil

Os missionários espiritanos estão no Brasil desde 1895, quando iniciaram a missão na região do Juruá, em Cruzeiro do Sul (AC). A partir de 1932 foi ordenado primeiro bispo, o alemão dom Henrique Ritter. Naquela Igreja Particular, todos os bispos até os dias de hoje são da Congregação: após dom Henrique, assumiram o pastoreio dom José Hascher (1947 a 1967); dom Henrique Rüth, que foi o primeiro bispo da eregida diocese (1967-1988); o bispo emérito dom Luís Herbst (1988-2001); e o atual, dom Mosé João Pontelo, que está no governo pastoral de Cruzeiro do Sul desde 1998.

“Somos bispos na Amazônia. É interessante, só tem bispo espiritano na Amazônia, somos espiritanos e continuamos chamados ao episcopado, não tem outro sentido ser bispo se não na missão, somos bispos missionários”, ressalta dom Sérgio Castriani, lembrando dos outros confrades que são bispos assim como dom Mosé e dom Luís Herbst: os titulares de Ponta de Pedras (PA), dom Teodoro Mendes Tavares, e de Humaitá (AM), dom Meinrad Francisco Merkel, e o emérito de Tefé (AM), dom Mário Clemente Neto.

Perspectiva missionária
Dom Sérgio Castriani fala da perspectiva missionária da congregação como um resumo do Documento de Aparecida e da exortação apostólica do papa Francisco Evangelii Gaudium: “Para os membros de uma congregação missionária, a perspectiva é a missão, partir, sair de si, igreja em saída, ir à periferia e aqueles mais abandonados e excluídos”.

Voltando para sua diocese, afirma que seu grande sonho “é que a Igreja de Manaus seja sempre missionária, no sentido de saída, de atenção aos pobres e pequenos, no diálogo inter-religioso e ecumênico, mas também na missão Ad Gentes, além-fronteiras. A Amazônia tem muito a dar ao mundo, uma grande contribuição a dar para a Igreja em geral”.

A identidade missionária dos religiosos e daqueles que colocam-se em missão deve ser refletida no estilo de vida e na forma de evangelizar, segundo dom Sérgio. “Creio que um bispo espiritano será sempre um missionário que quer dar este rosto à sua Igreja particular”, pontua.

Dom Sérgio Castriani fez questão de enfatizar e resumir o contexto da Festa de Pentecostes e a relação com o carisma de sua congregação: “Pentecostes é a festa da Igreja. O Espírito é o grande, aquele que faz a Igreja, a Igreja ganha os dons do Espírito para o mundo, nós somos Igreja, a Igreja existe por causa da missão, como prolongamento da missão de Deus no mundo, guiados por Jesus, na força do Espírito. Então para a Congregação é muito importante essa sua origem missionária, manter o carisma da missão, sair de si na disponibilidade do serviço”.

Sobre a presença na Amazônia, ele completa: “um lugar importante para o mundo, onde se joga o futuro da humanidade. Nós estamos aqui há 130 anos quase, é uma missão antiga e sempre desafiadora”.

Congregação
A congregação do Espírito Santo é uma ordem missionária internacional com mais de 3000 religiosos, padres e irmãos, atuando em mais de 60 países em todos os continentes. No Brasil, existem comunidades espiritanas nos estados do Acre, Amazonas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Tocantins e no Distrito Federal.

 

Fonte: CNBB

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