“A fila da comunhão não é lugar nem para julgar, nem para punir, nem para envergonhar ninguém”
Pedem que, como padre e catequista, eu comente sobre quem comunga não sendo nem católico nem cristão!
E citam dois episódios recentes. Fiel à minha decisão de não citar nomes, comento o que alguns católicos irados sugerem. Dizem que o padre não deveria entregar a Eucaristia nas mãos deles. E que o padre peca se não punir esses “pecadores!“.
Aprendi em psicologia, teologia moral e direito penal que não posso julgar sem provas. E o padre, naquele momento, não é juiz. Negar-se a pôr a Eucaristia na mão de um cidadão é um julgamento.
Como não sei o que o cidadão fez antes da missa ou horas ou dias antes da missa, não posso, como padre, punir quem veio comungar. Julgar pela aparência também pode ser pecado de quem julga.
O texto de Mateus 7,1-6 (o leitor confira) é claro. Quem não quer ser julgado não julgue! A fila da comunhão não é lugar nem para julgar, nem para punir, nem para envergonhar ninguém.
A responsabilidade fica com a pessoa que usou errado da Eucaristia por propósitos estranhos. E além disso existe a consciência do sujeito, que, ou não entende o que é crer, ou tem maus propósitos! Má intenção, se houver, é assunto de Deus. No devido tempo Ele agirá.
Jesus foi claro: NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS. Mas Jesus também usou de uma expressão severa para quem brinca com religião (Mt 7,5-6). “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos. Pois estes, ao pisoteá-las, se voltariam contra vós e vos estraçalhariam“.
Resumindo: O padre não pode julgar quem entra na fila da comunhão! Só Deus sabe se é ou não é sacrilégio! Deixemos que Deus aja do Seu jeito!
