Pastoral Operária se encontra para fortalecer a articulação na região Sudeste do país

Após término da 31ª Romaria dos(as) trabalhadores(as) em Aparecida (SP), a Pastoral Operária (PO) da Região Sudeste realizou um encontro em Aparecida com o objetivo de articular enquanto região de grande concentração de trabalhadores, maior região industrial do país e com grandes desafios pastorais. Os participantes também partilharam a vida da militância, as ações e os sonhos.

Estiveram presentes representantes da PO dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Minas Gerais não conseguiu participar. No encontro houve momentos de partilhas da vida, das ações pastorais, das dificuldades encontradas no caminho, e também dos sonhos que temos. Como diz a canção: “vamos sonhar companheiros/as, sonhar ligeiro, sonho em mutirão”.

Dentre as pedras da caminhada e da vida, as trabalhadoras e trabalhadores da PO nas bases desses estados destacaram as dificuldades com a igreja, dos bispos e padres que reprimem o trabalho das pastorais sociais e abraçam senadores e deputados, a disputa de classe, o descaso com a educação, a depressão que pega os trabalhadores, o medo de agir dos cristãos, o golpe de 2016 que deixa sequelas para a classe trabalhadora, o desemprego, os acidentes de trabalho, o processo eleitoral dificulta o trabalho de base.

Os (as) nossos (as) militantes também cultivam flores. São 31 anos de Romaria do sudeste, são pessoas que lutam, resiste, lançam suas mensagens por onde passam. São Paulo destaca as ações desenvolvidas pelo grupo contra acidentes de trabalho, ações da Ober diante de um acidente de trabalho ocorrido que matou um trabalhador. No Rio de Janeiro a PO se faz presente nas lutas da baixada fluminense. No Espírito Santo a PO é protagonista na Marcha pela Vida, que reúne igreja e movimentos sociais num ato de resistência. Também tem somado forças na defesa do Rio Doce contra ações da Vale. O grupo destacou-se a acolhida que a PO tem em Aparecida, na comunidade para a realização da Romaria, Tenda dos Mártires e os encontros.

Como diz a canção, “eu quero ver, eu quero ver, acontecer. O sonho bom, sonhos de muitos, acontecer”. Nosso povo sonha com uma classe trabalhadora fortalecida, com uma pastoral operária renovada e mais forte, atuando nas bases na construção de uma nova sociedade, sonhamos com uma igreja que acolhe as lutas dos/pelos pobres. Sonhamos com mudanças, liberdade, paz, justiça e misericórdia. “Vamos sonhar companheiros/as, sonhar ligeiro, sonho em mutirão”.

Para além dos sonhos a PO da região sudeste deseja manter a articulação regional com encontros sistemáticos anualmente, para além da articulação da Romaria; e para isso ficou uma equipe com representantes estaduais para auxiliar na articulação, juntamente com a articuladora da regional e liberados nacional. O Estado de São Paulo propôs a criação de um observatório estadual sobre Acidentes de Trabalho, juntamente com outras organizações da sociedade civil. O coletivo propôs também incentivar o estudo nas bases sobre a agenda prioritária da classe trabalhadora, posta pelas centrais sindicais. Desejamos também manter a comunicação entre os estados.

Por que uma articulação entre os estados do sudeste? A região sudeste concentra quase a metade da população brasileira, com 87,5 milhões de habitantes (estimativa 2018 – IBGE), com 20% da população apta trabalhar em condições subutilizadas, concentra também a maioria das empresas empregadoras do país. E consequentemente 45% dos acidentes de trabalho do Brasil e 47% das mortes por acidentes de trabalho concentram no sudeste.

É preciso manter uma articulação que ajude a PO se organizar em outras dioceses nas quais ainda não tem Pastoral Operária, ou mesmo onde já está enfraquecida, ou acabou. É fundamental o intercâmbio entre os grupos, entre os estados, que venha a somar experiências e organização da classe trabalhadora.

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