Thulio Fonseca – Vatican News
As lideranças dos Institutos fundados por Santo Aníbal Maria Di Francia, as Filhas do Divino Zelo e os Rogacionistas do Coração de Jesus, estão reunidas em Roma de 17 a 24 de setembro, com o objetivo de fortalecer os laços de comunhão carismática, revisar as atividades realizadas e planejar o futuro do Instituto em sintonia com a Igreja e as propostas das Resoluções Capitulares. Durante a audiência com o Papa Francisco na manhã desta segunda-feira, 18 de setembro, o Santo Padre expressou sua alegria ao encontrá-los em um momento em que estão refletindo e trabalhando em seus caminhos congregacionais, à luz dos dois Capítulos Gerais recentemente realizados.
O Papa destacou a importância de abordar temas como a consagração, a identidade carismática, a comunhão fraterna e a missão, aspectos fundamentais da vida religiosa, cujo aprofundamento requer a capacidade de ouvir e discernir, na oração e na partilha, e uma boa dose de coragem para continuar sendo fiel à inspiração original do fundador e atentos às necessidades de um mundo em transformação.
“Há muitas coisas a dizer sobre esses temas”, sublinhou Francisco, “mas hoje eu gostaria de refletir com vocês sobre um único ponto, que está na raiz de sua missão específica na Igreja e que também constitui o seu quarto voto: o Rogate, a oração pelas vocações”.
A importância do diálogo com o Senhor
O Pontífice lembrou que a oração é o fio vermelho que percorre a vida de Santo Aníbal, e sua vocação – “repentina, irresistível, muito segura”, como ele mesmo testemunha – lhe aparece enquanto está em adoração diante do Santíssimo Sacramento:
“De fato, quando a pessoa se coloca, dócil e humilde, diante de Deus, muitas vezes recebe uma compreensão específica do sentido da própria vida. É na oração fiel e perseverante, particularmente na Adoração, que tudo adquire harmonia, que se apreendem mais claramente os próprios objetivos, encontrando no Senhor a força e a luz para realizá-los segundo os seus desígnios.”
Francisco trouxe como exemplo uma das frases do santo fundador que dizia: “Sem esse fogo interior, que se chama vida espiritual, oração, penitência […] não se pode realizar nenhuma obra verdadeiramente boa”. E ressaltou: “essa foi a experiência dele, mas se aplica a todos: sem oração, não se pode ficar de pé e não se sabe para onde ir. É importante, portanto, que haja um diálogo prolongado com o Senhor todos os dias, e depois uma invocação a Ele antes de cada momento importante, de cada reunião, de cada decisão”.
A oração é a alma de toda a atividade apostólica
Segundo o Papa, Santo Aníbal ensina ainda que orar pelas vocações certamente não é persuadir Deus a enviar pastores, como se ele não se importasse com seu povo, mas para se deixar dominar cada vez mais pela visceralidade de seu amor paterno e materno: “vocês nasceram das mãos unidas de um Santo, que as consagrou a Cristo com a sua oração”.
Francisco em seu discurso fez um convite aos Institutos:
“Sejam especialistas de Deus, não tanto como estudiosos de técnicas, estatísticas e teorias, por mais úteis que sejam, mas daquela sabedoria que se amadurece fazendo primeiro os “calos nos joelhos” e depois “nas mãos”. Sejam especialistas, isto é, nas artes da oração e da caridade: mãos unidas diante de Deus e mãos estendidas aos seus irmãos e irmãs. Mãos unidas e mãos estendidas: é assim que vocês se tornam especialistas de Deus!”
O Santo Padre concluiu a audiência reforçando a importância da missão por eles desenvolvida, “pois ainda hoje o Senhor está chamando, e muitos jovens precisam de testemunhas e guias confiáveis que, mostrando-lhes a beleza de uma vida dedicada ao amor, os ajudarão a dizer sim”.