Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
A semana do Papa Francisco começou com o tema do ecumenismo. O Pontífice recebeu no Vaticano uma delegação da Igreja Evangélica Luterana Alemã, guiada pelo bispo Ulrich.
Em seu discurso, Francisco recordou “com alegria” os momentos vividos juntos no ano passado por ocasião da Comemoração comum da Reforma.
“Graças a Deus, constatamos que os 500 anos de história que nos contrapuseram – às vezes muito dolorosa e em conflito –, deixaram espaço nos últimos 50 anos a uma crescente comunhão.”
Lógica do Evangelho
Os encontros fraternos, acrescentou o Papa, foram realizados segundo a lógica do Evangelho e não de estratégias humanas – o que permitiu superar antigos preconceitos de ambas as partes.
Francisco destacou que a Comemoração da Reforma confirmou que o ecumenismo continuará a marcar o caminho conjunto, pois está se tornando sempre mais uma necessidade e um desejo.
“Não podemos nos esquecer de partir da oração, para que não sejam os projetos humanos a indicar o caminho, mas o Espírito Santo.”
Ecumenismo de sangue e da caridade
O Papa voltou a falar do ecumenismo de sangue e do ecumenismo da caridade. Católicos e luteranos são chamados antes de tudo a se amarem intensamente, mas são chamados também a aliviar juntos as misérias dos necessitados e dos perseguidos.
“Os sofrimentos de tantos irmãos oprimidos por causa da fé em Jesus são também um premente convite a alcançar uma unidade sempre mais concreta e visível entre nós.”
Diálogo teológico
Francisco encorajou o diálogo teológico, propondo como temas a Igreja, a Eucaristia e o ministério eclesial. Pediu ainda que o ecumenismo não seja elitista, mas envolva o mais possível os inúmeros irmãos e irmãs na fé, “crescendo como comunidade de discípulos que rezam, amam e anunciam”.
“Que o Senhor nos acompanhe, para que o nosso ser cristão seja mais centralizado Nele e corajoso na missão; para que o cuidado pastoral se enriqueça de serviço”, concluiu o Pontífice.