Papa Francisco: “Deus vem, mas como reconhecê-lo entre nós?”

    Estamos alegres pela celebração da Oitava do Natal, quando o Menino Jesus nasceu, nos ensina o que é o amor e nos salva. Portanto, este é um tempo de grandes percepções sobre o que fizemos, o que estamos fazendo e o que iremos (ou deveríamos) fazer. Dentro do espírito da Encarnação do Verbo – lembrando que “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós” convém refletirmos sobre essas questões tão básicas de nossa existência, mas tão profundamente sensíveis e, por vezes, complexas e desafiadoras. Uma reflexão inspirada pelas palavras do Santo Papa Francisco, expressas no início do tempo do Advento, em preparação para mais um Natal.

    Todo o dia 1º. de Janeiro, numa feliz iniciativa do Santo Papa Paulo VI celebramos o Dia Mundial da Paz. Para o ano de 2023 o Papa Francisco nos lembra que “o fundamento da nossa esperança, é o que nos sustenta também nos momentos mais difíceis e dolorosos da nossa vida: Deus vem. Nunca nos esqueçamos disso! O Senhor vem sempre, nos visita, se faz próximo, e voltará no fim dos tempos para nos acolher no seu abraço”.

    Mas será que percebemos Ele? A pergunta é também um resumo das dúvidas lançadas por Papa Francisco.

    Não devemos esperar um momento emblemático, um palco, uma aparição apocalíptica. Deus é o oposto disso. Papa Francisco lembra o que disse Jesus Cristo: acontecerá como nos dias de Noé, quando se faziam “coisas normais e cotidianas da vida: comiam e bebiam, casavam-se e davam-se casamento”. Assim, Deus está em nossos caminhos, perto de nós. Mas nem sempre percebemos Ele, podemos estar distraídos em nossa atenção ou até mesmo desejo, quando queremos tanto aquele bem material ou buscamos uma posição de poder. A distração pode ter inúmeras motivações, mas a consequência é dolorosa quando refletimos sobre nossos atos: a distração nos cega para Jesus Cristo.

    Deus está escondido em nossa vida, está sempre presente, está escondido nas situações mais comuns e ordinárias de nossa vida. Não vem em eventos extraordinários, mas nas coisas do dia a dia. O Senhor vem nas coisas do dia a dia, porque Ele está ali, se manifesta nas coisas de todos os dias. Ele está ali, no nosso trabalho cotidiano, num encontro casual, no rosto de uma pessoa necessitada, mesmo quando enfrentamos dias que parecem cinzentos e monótonos, o Senhor está ali, nos chama, nos fala e inspira as nossas ações”, note como são sábias as palavras de Papa Francisco.

    Devemos estar acordados, atentos, vigilantes”, assim como nos alertou Santo Agostinho: “Temo o Senhor que passa” — e eu não o reconheça. E Papa Francisco prossegue: “Estou consciente do que vivo? Estou atento? Estou acordado? Procuro reconhecer a presença de Deus nas situações cotidianas ou estou distraído e um pouco esmagado pelas coisas? (…) Se não percebermos sua vinda hoje, também estaremos despreparados quando ele vier no fim dos tempos.”

    Assim, resta em nós a humildade em reconhecer nossas limitações para que possamos enxergar o caminho. Resta em nós vivenciarmos a fé em Cristo, que nasce agora e se doa por nós. Veremos Deus de volta, entre nós, quando estivermos preparados e atentos. E o Natal é um bom momento para refletirmos, enquanto esperamos que Ele venha, se aproxime de nós e que possamos perceber quem Ele é.

    Feliz Natal do Menino Jesus!

    Saudações em Cristo!

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