Papa aos ciganos: cidadão de segunda classe é quem descarta os outros

O Pontífice manifestou sua solidariedade quando lê acusações nos jornais contra os ciganos: “Quando leio nos jornais algo de ruim, vou ser sincero: sofro. Hoje li algo ruim e sofro, porque isso não é civilidade. O amor é a civilidade: avante com o amor. O senhor os abençoe e rezem por mim!”

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Música, oração e encorajamento: assim foi o encontro do Papa Francisco esta manhã, no Vaticano, com os ciganos das etnias rom e sinti.

A esperança materna

Após ouvir os testemunhos, o Pontífice improvisou um discurso em que os exortou a prosseguirem em suas vidas com esperança, não obstante as dificuldades.

“Quando a esperança é concreta no Deus verdadeiro, jamais desilude. As mães, que leem a esperança nos olhos dos filhos lutam todos os dias pela concretude, não por coisas abstratas. Permitam-me dizer que as mães são esperança. Uma mulher que traz um filho ao mundo é ela mesma esperança, semeia esperança.”

Cidadão de segunda classe

Ao criticar a “adjetivação” das pessoas, Francisco falou dos preconceitos que os ciganos devem enfrentar: “É verdade, existem cidadãos de segunda classe. Mas os verdadeiros cidadãos de segunda classe são aqueles que descartam as pessoas: estes são de segunda, porque não sabem abraçar. Sempre com o adjetivo excluem os outros. Ao invés, a verdadeira estrada é a fraternidade”.

Dignidade da oração

Francisco pediu então um coração grande, capaz de não guardar rancor:

“ Ir avante com dignidade: a dignidade da família, do trabalho, de ganhar o pão cotidiano. È isso que nos leva avante: a dignidade da oração. Olhando sempre para frente. E quanto vier o rancor, ignorar, pois a história nos fará justiça. ”

Por fim, o Pontífice manifestou sua solidariedade quando lê acusações nos jornais contra os ciganos:

“Quando leio nos jornais algo de ruim, vou ser sincero: sofro. Hoje li algo ruim e sofro, porque isso não é civilidade. O amor é a civilidade: avante com o amor. O Senhor os abençoe e rezem por mim!”

Encontro do Papa com o povo cigano na Sala Régia, no Vaticano

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