Papa a trabalhadores: sejam semeadores de esperança

Papa Francisco no encontro com o Movimento Cristão de Trabalhadores

“Semeadores de esperança! Que suas portas fiquem sempre abertas; que os jovens sintam que não são apenas convidados, mas protagonistas, com sua capacidade de imaginar uma sociedade diferente”. São palavras do Papa no encontro com o Movimento Cristão de Trabalhadores nesta manhã (09/12) no Vaticano

Jane Nogara – Vatican News

Na manhã desta sexta-feira (09/12) o Papa Francisco recebeu os membros do Movimento Cristão de Trabalhadores. Francisco iniciou seu discurso recordando o aniversário de 50 anos do Movimento que nasceu sob as bênçãos do Papa São Paulo VI.

“Os cinquenta anos”, disse, “são também um momento para olhar com realismo à própria história, feita de tanta gratuidade e também de muito trabalho no testemunho cristão. Esclarecendo em seguida que é importante “não ceder a formas autocelebratórias, mas reconhecer a ação do Espírito Santo em toda a sua história, não tanto nos acontecimentos marcantes, mas sim nos humildes, cotidianos” recomendou. Sugerindo logo em seguida que este aniversário poderia ajudá-los a caminhar em duas direções: “um trabalho de purificação e uma nova semeadura”.

Trabalho de purificação

“A purificação é sempre necessária” afirmou o Papa, “em todas as experiências humanas. Somos pecadores e precisamos de misericórdia como o ar que respiramos”. REcordando em seguida:

“A disponibilidade à conversão, a se deixar purificar, é um sinal de coragem, de força, não de fraqueza”

“Trata-se de aceitar as novidades do Espírito sem colocar obstáculos: permitir que os jovens encontrem espaço, permitir que o espírito de gratuidade seja preservado e compartilhado, não perder o entusiasmo dos inícios, preferindo escolhas tranquilizadoras que não ajudam a viver as novidades dos tempos”. Depois o Papa encorajou “a redescobrir este entusiasmo, claramente visível no modo com o qual vocês vivem o vínculo eclesial nos territórios e na gratuidade do serviço às necessidades dos trabalhadores”. Colocando em seguida algumas questões: como ser fiel ao serviço dos trabalhadores de hoje? Como viver o compromisso com a conversão ecológica e a pacificação? Como animar a sociedade italiana nos campos econômico, político e trabalhista, contribuindo para o discernimento com os critérios da ecologia integral e da fraternidade?”. Para responder o Papa fala sobre o segundo ponto.

Nova semeadura

O segundo ponto destacado, sugere a “nova semeadura“. “Enquanto se festeja”, disse, “olha-se para frente”.

“Com efeito, este não é apenas o tempo de colher frutos: é o tempo de semear novamente. Isso nos é exigido pela difícil estação que estamos vivendo”

“A pandemia e a guerra tornaram o clima social mais sombrio e pessimista. Isto chama todos vocês a serem semeadores de esperança. Partindo de vocês mesmos, de seu tecido associativo: que suas portas fiquem abertas; que os jovens sintam que não são apenas convidados, mas protagonistas, com sua capacidade de imaginar uma sociedade diferente”.

Trabalhadores se sintam em casa nas paróquias

Em seguida o Pontífice propõe aos presentes um compromisso específico sobre a questão do trabalho: “Vocês são um movimento de trabalhadores e podem contribuir em levar suas preocupações para dentro da comunidade cristã.

“É importante que os trabalhadores se sintam em casa nas paróquias, associações, grupos e movimentos; que seus problemas sejam levados a sério; que seu apelo à solidariedade possa ser ouvido”

Exortando em seguida para manterem “suas mentes e corações abertos aos trabalhadores, especialmente aos pobres e indefesos; que deem voz aos sem voz; que se preocupem não tanto com seus membros, mas que sejam um fermento no tecido social do país, um fermento de justiça e solidariedade”. Concluindo afirmou: “Dar aos trabalhadores espaço e voz significa liberar energias para que o bem comum seja o resultado do compromisso e da solidariedade entre todos”.

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