Vatican News
“Gratidão, riqueza na diversidade e diálogo”. Para o Papa, esses são os três elementos “vitais” para a vida da comunidade nigeriana em Roma. Francisco a recebeu na manhã desta segunda-feira (25) em audiência na Sala Paulo VI, exortando homens e mulheres a manter sempre um caráter de “universalidade” e jamais de “fechar-se na sua própria cultura” em um isolamento quase “tribal”.
Antes de tudo, o Papa expressou gratidão pelo alegre testemunho da mensagem do Evangelho, bem como “pelos muitos jovens nigerianos que ouviram o chamado do Senhor ao sacerdócio e à vida consagrada e responderam com generosidade, humildade e perseverança”. Alguns deles, presentes na audiência, observou o Papa, que os encorajou a “serem sempre discípulos missionários, gratos porque o Senhor os escolheu para segui-lo e os enviou para proclamar com zelo a nossa fé e ajudar a na construção de um mundo mais justo e humano”.
Riqueza na diversidade
Em seguida, Francisco abordou o tema da riqueza na diversidade:
“A diversidade de etnias, tradições culturais e idiomas na nação de vocês não é um problema, mas um dom que enriquece o tecido da Igreja, bem como o da sociedade como um todo, e permite promover os valores da compreensão mútua e da convivência.”
O perigo do fechamento
A esperança do Papa é que a comunidade nigeriana em Roma, “ao acolher e acompanhar os fiéis nigerianos e outros crentes, sempre se assemelhe a uma grande família inclusiva, onde todos possam fazer uso dos próprios talentos diferentes, que são frutos do Espírito Santo, para apoiar e fortalecer uns aos outros em momentos de alegria e tristeza, de sucesso e de dificuldade”. Dessa forma, será possível “semear as sementes da amizade social e da concórdia pelas gerações presentes e futuras”. A esse respeito, Francisco alertou sobre um “perigo”:
“O perigo do fechamento; não ser universal, mas se fechar em um isolamento – permita-me a palavra – tribal. Não. As raízes de vocês se fecham, se isolam nessa atitude tribal e não universal, não comunitária. Comunidade, sim; tribo, não. E é muito importante fazer isso. E isso vale para todos nós, para todos, cada um de nós, de acordo com sua posição. Mas a universalidade, e não se fechar na própria cultura. É verdade que a própria cultura é um dom, mas não para fechá-lo: para doá-lo, para oferecê-lo. Universalidade, universalidade.”
Ouvir uns aos outros, sem excluir ninguém
Por fim, o bispo de Roma recomendou o diálogo. “Infelizmente”, observou ele, “muitas regiões do mundo estão passando por conflitos e sofrimentos, e também a Nigéria está passando por um período de dificuldades”. O Pontífice então assegurou suas “orações pela segurança, unidade e progresso espiritual e econômico” da nação e convidou todos a “encorajar o diálogo e a ouvir uns aos outros com o coração aberto, sem excluir ninguém em nível político, social e religioso”.
“Integrar, dialogar, universalizar, sempre [a partir] da própria identidade.”
O “estilo” de Deus
Ao mesmo tempo, o Papa incentivou a proclamar “a grande misericórdia do Senhor”, trabalhando pela reconciliação e ajudando a “aliviar o fardo dos pobres e dos mais necessitados”, fazendo justamente o “estilo de Deus”. Ou seja, “proximidade, compaixão e ternura”.
“Não se esqueçam disso. O estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura. Dessa forma, todos os nigerianos podem continuar a caminhar juntos na solidariedade fraterna e na harmonia.”